7 exemplos para entender o que são artes visuais
Artes visuais são as modalidades artísticas em que a apreciação da obra ocorre, sobretudo, por meio da visão.
É através da observação que as manifestações das artes visuais podem ser compreendidas, analisadas e interpretadas.
Assim, temos gêneros como pintura, escultura, gravura, cinema, fotografia, arquitetura e design.
1. Pintura: Noite Estrelada (1889), de Van Gogh
A pintura é talvez o tipo de arte visual mais consagrado no Ocidente.
O uso de tintas sobre tela foi - e continua sendo - uma técnica realizada de maneira a expressar as mais variadas emoções e pensamentos da humanidade.
As imagens pintadas nos quadros possibilitam ao observador um impacto visual através das cores, texturas e formas.
Como exemplo de pintura, trazemos a conhecida obra Noite Estrelada, do holandês Vincent van Gogh.
Concebida em 1889, a tela exibe uma paisagem noturna com um imenso céu cheio de espirais, enquanto um cipreste em formato de fogo sobe ao firmamento.
A cena exibe a vista da janela do quarto em que Van Gogh ficou internado, no hospital psiquiátrico de Saint-Rémy-de-Provence.
Através das pinceladas vigorosas e das formas espiraladas, podemos perceber a confusão e o turbilhão de emoções pelas quais o artista passava.
2. Fotografia: Glass Tears (1932), de Man Ray
A fotografia é uma vertente das artes visuais que surgiu na primeira metade do século XIX. A princípio não era considerada arte, e sim um método científico de reprodução de imagens.
Entretanto, logo se percebeu sua enorme capacidade inventiva e ela passou a ser vista também como arte.
Como a sua fruição (ou seja, sua apreciação) se dá a partir da visão, ela foi enquadrada como arte visual.
Um grande artista que recorreu à técnica foi Man Ray. O norte-americano se valeu da fotografia para criar obras surrealistas que conseguiram revolucionar a maneira como ela era encarada.
Uma dessas fotografias é Glass Tears - com tradução de Lágrimas de vidro - feita em 1932.
A imagem faz uma conexão com a narrativa cinematográfica, apresentando uma personagem feminina com pesadas lágrimas no rosto. Os olhos, com cílios marcados, observam algo de cima, o que faz o observador se questionar sobre as causas de tal angústia.
3. Cinema: O Gabinete do Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene
O cinema é uma linguagem artística que surge a partir da fotografia. Assim, também é arte visual, pois a visão é um sentido essencial para poder desfrutar da experiência cinematográfica.
Seu surgimento teve origem no final do século XIX com filmes mudos bem curtos, de menos de um minuto.
Com o tempo, o cinema foi se transformando, e hoje podemos assistir filmes em 3D, uma técnica que permite criar a ilusão de que o público está dentro da narrativa.
Um exemplo de obra importante para a história do cinema é O gabinete do Dr. Caligari, da década de 1920.
Dirigido por Robert Wiene, o filme é um clássico do expressionismo alemão e apresenta uma história cheia de mistérios, com estética contrastante e teatral.
Vemos uma atuação exagerada, enquadramentos angulosos e atmosfera fantasmagórica, que revelam os propósitos do movimento expressionista, que eram retratar a angústia e a inadequação em um contexto entre as duas guerras mundiais.
4. Escultura: Baby (2020), de Ron Muek
A escultura é um tipo de arte que remonta à idade pré-histórica, quando já eram produzidas estatuetas de marfim, ossos, pedras e outros materiais.
Diversas civilizações antigas também utilizaram essa linguagem para consolidar suas visões de mundo, criando cenas mitológicas e históricas.
Apesar de terem surgido novas técnicas artísticas, a escultura perdura como uma importante linguagem e foi se transformando. É uma arte na qual a visão é essencial para a compreensão da obra e, além desse sentido, o tato também pode ser estimulado.
Um artista contemporâneo que possui um trabalho impressionante é o australiano Ron Mueck.
A obra Baby (2000) é um exemplo de escultura que nos coloca frente a um enorme bebê recém-nascido, criado de maneira hiper-realista, que tem o poder de impactar o observador e causar diversas reflexões sobre o corpo e a grandiosidade da vida.
5. Gravura: Trabalhadores Rurais, de J. Borges
É chamado de gravura um grupo de técnicas em que se produz desenhos utilizando estruturas rígidas como apoio ou suporte.
Um desses métodos mais antigos e conhecidos é a xilogravura, na qual o artista faz cortes profundos em uma placa de madeira (a matriz), depois passa uma fina camada de tinta e imprime essa matriz em um papel.
A técnica é bastante utilizada no nordeste do Brasil, ilustrando a literatura de cordel com imagens contrastantes.
Um grande xilogravurista brasileiro é J. Borges. Suas obras trazem temas do sertão, mostrando o povo, costumes e tipos humanos, como é o caso de Trabalhadores rurais.
6. Arquitetura: Casa de Vidro (anos 50), Lina Bo Bardi
A arquitetura é um tipo de arte feita no espaço através de construções. São edificações criadas para acolher as pessoas e oferecer suporte para diversas atividades humanas.
Entretanto, para ser considerada arte deve haver uma preocupação plástica e estética, apreciada em grande parte por meio da visualidade, por isso essa vertente é considerada arte visual.
Como exemplo de obra arquitetônica, trazemos a Casa de Vidro, da reconhecida arquiteta Lina Bo Bardi. Essa casa foi construída na década de 50 e é conhecida como uma emblemática obra da arquitetura moderna no Brasil, localizando-se em São Paulo.
7. Design: Infusor de Chá (1924), de Marianne Brandt
O design se refere à criação de objetos, geralmente utilitários. Assim, esse tipo de arte mistura formas, estética e funcionalidade em um produto, que normalmente é produzido em série, em escala industrial.
Nos anos 20 existiu a Escola Bauhaus, uma instituição na Alemanha que se dedicou a trabalhar diversos tipos de arte, entre eles o design.
Uma mulher da Bauhaus que teve algum destaque no design foi Marianne Brandt. Ela foi a responsável pela criação de um Infusor de chá, feito em 1924, que tem um desenho inovador, bem ao estilo modernista que ainda imperava na época.
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