Filme imperdível vai sair da Netflix! Últimos dias para assistir a esta pérola do cinema

Ana Beatriz Furtado
Ana Beatriz Furtado
Tempo de leitura: 3 min.

“O que é o amor?” Essa é a pergunta que ecoa em Amores Brutos (Amores Perros), um dos filmes mais impactantes e brutais do cinema mexicano, dirigido por Alejandro González Iñárritu e lançado em 2000. No dia 10 de setembro o filme vai deixar o catálogo da Netflix. Por isso, corra para assistir!

Com uma direção que combina realismo e poesia trágica, Amores Brutos marcou o início da chamada “trilogia da morte” de Iñárritu, que continuaria com 21 Gramas e Babel. O filme foi aclamado internacionalmente e se tornou um marco do cinema latino-americano, destacando-se por sua narrativa não linear e por capturar a complexidade da experiência humana em situações extremas.

Com uma narrativa que entrelaça três histórias marcadas pela violência, paixão e desespero, o filme desafia o espectador a confrontar o lado mais sombrio das relações humanas.

Cena do filme Amores brutos

De que se trata o filme

A trama gira em torno de um trágico acidente de carro que serve como ponto de intersecção para três histórias distintas. Na primeira, conhecemos Octávio (Gael García Bernal), um jovem que vive um amor proibido com Susana, a mulher de seu irmão.

Desesperado para fugir com ela, Octávio vê nas brigas de cães uma chance de conseguir o dinheiro necessário para sua fuga. Ele aposta tudo em seu cão de luta, Cofi, mas o caminho que escolhe é sombrio e sem volta, marcado pela violência e pela traição.

Na segunda história, Daniel (Álvaro Guerrero), um homem que decide abandonar sua família para viver com Valeria, uma famosa modelo. A promessa de uma vida nova logo se transforma em pesadelo quando Valeria sofre um grave acidente de carro no dia em que comemoravam a mudança para o novo apartamento.

Cena do filme Amores brutos

O acidente não apenas destrói o corpo de Valeria, mas também arranca a fachada glamorosa de seu relacionamento, expondo-os a uma realidade de dor, sacrifício e perda.

A terceira narrativa é centrada em El Chivo (Emilio Echevarría), um ex-guerrilheiro que se tornou um assassino de aluguel e vive como um mendigo. No dia do acidente, ele resgata Cofi, o cão de Octávio, e o leva para sua casa.

A relação entre o homem e o animal ferido é o que resta de um passado assombrado e repleto de arrependimento. Ao cuidar do cão, El Chivo enfrenta seus próprios demônios e tenta encontrar um vislumbre de redenção em meio à sua existência solitária e amarga.

Uma reflexão brutal sobre o amor

Amores Brutos vai além das convenções tradicionais ao explorar o amor em suas formas mais tortuosas. Aqui, o amor não é um sentimento nobre e redentor; ele é um impulso caótico que pode levar à destruição. O diretor Alejandro González Iñárritu não poupa o espectador de cenas gráficas e impactantes, que muitas vezes chocam pela sua realidade visceral.

A cidade do México se torna um cenário implacável, onde os personagens são constantemente confrontados por suas escolhas erradas e pelas consequências de seus atos.

Cena do filme Amores brutos

O filme também traz um panorama sobre as desigualdades sociais e a violência urbana que permeiam a sociedade. As histórias são unidas não apenas pelo acidente de carro, mas também pela presença de Cofi, o cão que simboliza a brutalidade e a lealdade em cada narrativa.

Cada personagem, de alguma forma, enfrenta o desmoronamento de seus sonhos, mostrando que o amor, quando contaminado por egoísmo, culpa e desespero, pode ser tão perigoso quanto qualquer força destrutiva.

Impacto e relevância do filme

Amores Brutos é um estudo cru e perturbador sobre as escolhas que definem nossas vidas, sobre a busca por redenção e sobre como um único evento pode conectar destinos de forma inesperada e devastadora. É um lembrete cruel de que o amor, em suas formas mais intensas, nem sempre conduz à felicidade — muitas vezes, ele leva ao fundo do abismo.

Ana Beatriz Furtado
Ana Beatriz Furtado
Jornalista, especializada em produção de conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Foi repórter do Jornal do Brasil onde assinava uma coluna de moda e beleza e trabalhou por 5 anos no entretenimento da TV Globo.