25 grandes escritores brasileiros que devem ser lidos
A literatura brasileira é repleta de escritores e escritoras de grande relevância.
São pessoas que, através de seus livros, contribuíram e contribuem ativamente para a formação da identidade cultural do país, levantando reflexões e trazendo entretenimento com o prazer da leitura.
Por isso, selecionamos 25 grandes nomes de escritores consagrados, tanto mais antigos quanto contemporâneos.
Vale destacar que a lista a seguir não segue uma ordem de "importância" ou destaque na cena brasileira.
1. Conceição Evaristo (1946-)
Conceição Evaristo é uma escritora mineira que atuou também como professora universitária.
Vinda de origem humilde, se destacou na literatura nacional no final do século XX e começo do XXI.
Estreou como escritora contribuindo em 1990 na série Cadernos Negros, organizado pela editora e coletivo Quilomboje.
Os assuntos que aborda em poemas, contos e romances versam sobre a situação da mulher negra, ancestralidade e vivências de populações marginalizadas.
Dica de leitura: Olhos D´água (2014).
2. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Drummond é um dos célebres autores na nossa literatura. Criador de poemas importantes, contos e crônicas, nasceu em 1902 em Minas Gerais.
Sua obra integra a segunda geração do modernismo e apresenta temas diversos e universais, como reflexões sobre a vida, o tempo e o amor, além de imagens do cotidiano, política e questionamentos sobre desigualdades.
Dica de leitura: A rosa do povo (1945).
3. Manuel Bandeira (1886-1968)
Nome importante da primeira geração de poetas do modernismo brasileiro, Manuel Bandeira nasceu em 1886 em Recife, lugar que ele retrata tão bem em seus textos.
Com uma vasta produção, Bandeira abordava intensamente assuntos como a morte e a vida, talvez por ser tuberculoso e acreditar que morreria cedo, o que não ocorreu. Também trazia temas como o cotidiano, o erotismo e memórias da infância.
Dica de leitura: Libertinagem (1930).
4. Lima Barreto (1881-1922)
Lima Barreto foi um escritor carioca que explorou o romance, o conto e a crônica.
Fortemente engajado politicamente, Barreto abordou as desigualdades e hipocrisia da sociedade brasileira na primeira metade do século XX.
Adepto da ironia e do humor, seu estilo de escrita traz, além da criatividade, um caráter jornalístico e documental.
Dica de leitura: Triste fim de Policarpo Quaresma (1915)
5. Lygia Fagundes Teles (1923-)
Lygia Fagundes Teles ficou conhecida por seus contos, apesar de ter se dedicado também aos romances.
Nascida em São Paulo em 1923, a escritora integrou a Academia Brasileira de Letras desde 1985 e em 2005 recebeu um importante prêmio de literatura, o “Prêmio Camões”, pelo conjunto de sua obra.
Lygia traz muitos assuntos universais em suas narrativas, entre eles o amor, a morte, o tempo e a insanidade.
Faleceu em 3 de abril de 2022 aos 98 anos em São Paulo.
Dica de leitura: Antes do Baile Verde (1970)
6. Clarice Lispector (1920-1977)
Clarice Lispector nasceu na Ucrânia em 1920, veio ainda criança para o Brasil e se estabeleceu em Recife com a família.
Publicou seu primeiro livro aos 23 anos e tornou-se uma das escritoras mais aclamadas do país.
Seus contos e romances são conhecidos por seu caráter filosófico, em que a autora aborda o amor, os mistérios da vida e questiona a própria existência.
Dica de leitura: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)
7. Machado de Assis (1839-1908)
Considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, Machado de Assis foi o autor do primeiro romance realista no Brasil, Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).
Vindo de origem humilde e filho de pai negro e mãe portuguesa, nasceu em 1839 no Rio de Janeiro e cedo manifestou interesse pela escrita.
Seu primeiro livro, Crisálidas, foi publicado em 1864, um livro de poemas. Mas foi no conto, na crônica e no romance que desenvolveu sua literatura plenamente.
Machado de Assis tem uma obra sólida em que tece críticas sociais com irreverência, denunciando a hipocrisia da sociedade burguesa da época.
Dica de leitura: Dom Casmurro (1899)
8. Guimarães Rosa (1908-1967)
O mineiro João Guimarães Rosa é um dos mais aclamados escritores nacionais.
Pertencente do modernismo, sua obra traz características da segunda e terceira fase do movimento, valorizando o regionalismo e a oralidade, além de apresentar reflexões filosóficas sobre a vida e seus mistérios.
Escreveu contos e romances enfatizando o sertão e inovou a escrita com neologismos (invenção de palavras).
Integrou a Academia Brasileira de Letras e foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura.
Dica de leitura: Grande Sertão: Veredas (1956)
9. João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
Célebre poeta, o pernambucano João Cabral de Melo Neto fez parte da terceira geração do modernismo brasileiro, a Geração 45.
Com grande rigor estético e sensibilidade, foi um dos maiores poetas do Brasil, tendo uma escrita marcada pela valorização da cultura popular e a crítica social, além de temas que abordam a própria poesia ou ato de escrever, ou seja, a metalinguagem.
Dica de leitura: Morte e Vida Severina (1955)
10. Graciliano Ramos (1892-1953)
Graciliano Ramos nasceu em 1892 em Alagoas e se tornou um dos maiores nomes da segunda geração do modernismo brasileiro.
Seus livros apresentam críticas sociais como a pobreza, a exploração e a seca nordestina e constituem um panorama histórico do país no início do século XX.
Dica de leitura: Vidas Secas (1938)
11. Hilda Hilst (1930-2004)
Com uma obra provocativa, Hilda Hilst foi uma das importantes mulheres da poesia brasileira do século XX.
Apesar de ter tido o reconhecimento merecido tardiamente, hoje é vista como uma das maiores escritoras do país.
Seu estilo foi inovador, pois exibiu a força e a coragem de tratar de temas caros às mulheres, como a sexualidade e libertação feminina em uma época em que esses eram assuntos pouco abordados.
Dica de leitura: Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974)
12. Chico Buarque de Holanda (1944-)
Além de compositor e músico, Chico Buarque é também um escritor com uma obra literária reconhecida.
Recebeu inclusive importantes prêmios, como o Prêmio Camões, que valoriza a escrita em língua portuguesa e o Prêmio Jabuti.
Seus romances abordam problemas sociais e universais em uma escrita contemporânea cheia de referências autobiográficas.
Dica de leitura: Essa gente (2019)
13. Luis Fernando Verissimo (1936-)
Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre em 1936. Filho de Érico Verissimo, outro grande nome da literatura brasileira, Luis Fernando tem uma vasta obra publicada, dentre contos, romances e crônicas.
O gaúcho ficou conhecido por seus textos bem-humorados e irônicos em que retrata o cotidiano e o comportamento humano.
Dica de leitura: Clube dos Anjos (1998)
14. Adélia Prado (1935-)
A escritora mineira Adélia Prado é uma das referências femininas na literatura brasileira.
Sua produção se encaixa no modernismo e vem carregada de elementos do cotidiano, que ela sabiamente transforma em eventos misteriosos com certa dose de perplexidade.
Seus temas mais recorrentes estão relacionados à vivência das mulheres em uma sociedade patriarcal e machista do século XX.
Dica de leitura: Bagagem (1976)
15. Marçal Aquino (1958-)
Marçal Aquino é um escritor nascido no interior de São Paulo que se destaca na literatura contemporânea brasileira.
Seus trabalhos são apresentados na linguagem da prosa, romance, conto, roteiro e textos jornalísticos.
Os temas que mais exibe estão conectados com questões urbanas, especialmente a violência, revelando a natureza dura das grandes cidades.
Dica de leitura: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (2005)
16. Cecília Meireles (1901-1964)
Escritora, pintora, jornalista e professora, a carioca Cecília Meireles nasceu em 1901 e foi criada pela avó. Ainda criança demonstrou interesse pela poesia e aos 18 anos publicou seu primeiro livro.
Com uma obra extensa, Cecília é um dos nomes mais conhecidos da literatura brasileira e recebeu inúmeros prêmios, como o Prêmio Jabuti, Prêmio Machado de Assis e Prêmio de Poesia Olavo Bilac.
Escreveu de forma intimista e sensível, se destacando também na poesia infantil.
Dica de leitura: Antologia Poética (1963)
17. Mário Quintana (1906-1994)
É impossível não citar Mário Quintana quando se fala em poesia brasileira. Dono de um estilo bem-humorado, o gaúcho figura entre os maiores poetas do país e ficou conhecido como o “poeta das coisas simples”.
No primeiro livro, A Rua dos Cataventos, publicado em 1940, a linguagem escolhida foi o soneto. E a partir de então construiu uma carreira intensa, realizando também traduções.
Sua escrita é conhecida pela ironia e retratos do cotidiano.
Dica de leitura: Esconderijos do tempo (1980)
18. Manoel de Barros (1916-2014)
Com uma poesia simples e cheia de imagens que aliam a natureza aos sentidos, Manoel de Barros é um dos nomes de destaque da literatura nacional.
Nascido em 1916 em Cuiabá, o poeta esteve ligado ao modernismo em um primeiro momento. Assumiu um estilo marcado pela oralidade e pela invenção de palavras, criando um universo de certa forma surreal e misterioso.
Dica de leitura: Livro sobre o nada (1996)
19. Ruth Rocha (1931-)
A literatura infanto-juvenil no Brasil conta com uma escritora de peso, seu nome é Ruth Rocha.
Integrante da Academia Paulista de Letras, a paulistana tem formação como socióloga e trabalhou com educação também.
Com livros voltados para as crianças, foi premiada várias vezes com o Prêmio Jabuti.
Dica de leitura: Marcelo, Marmelo, Martelo (1976)
20. Jorge Amado (1912-2001)
Grande escritor baiano, Jorge Amado deixou uma produção que explora sobretudo o romance e o conto.
Algumas de suas obras ganharam ainda mais popularidade, pois foram adaptadas para a televisão e cinema, como Tieta do Agreste, Capitães da Areia, Dona Flor e seus dois maridos e Gabriela, cravo e canela.
As histórias tem como cenário o nordeste e abordam questões sociais, revelando também muito do comportamento humano.
Dica de leitura: Capitães da Areia (1937)
21. Rubem Fonseca (1925-2020)
Rubem Fonseca escreveu contos, romances e roteiros. Aclamado no Brasil, sua literatura exibia uma linguagem coloquial e inovadora, inspirando leitores e influenciando gerações.
Seus textos apresentam um estilo bruto e seco, mas, ao mesmo tempo, bem-humorado e dinâmico. Os temas que tratou vão desde a solidão nos grandes centros urbanos até o erotismo.
Dica de leitura: A Grande Arte (1983)
22. Ariano Suassuna (1927-2014)
Considerado um dos maiores escritores brasileiros, o pernambucano Ariano Suassuna foi um grande defensor da cultura popular.
Em seus textos, tanto poesias quanto ensaios, romances e peças de teatro, Suassuna explora o regionalismo e a tradição do nordeste. Assim, mistura de forma brilhante o erudito com o popular, trazendo ironia, humor e crítica social.
Dica de leitura: O Auto da Compadecida (1955)
23. Carolina Maria de Jesus (1914-1977)
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora de enorme importância no Brasil, pois trouxe um relato sensível e verdadeiro da realidade de pessoas marginalizadas.
Nascida em Minas Gerais em 1914, morou na favela do Canindé, em São Paulo nos anos 50.
Escreveu diários contando sobre suas dificuldades como mãe solo, pobre e negra. Com ajuda do jornalista Audálio Dantas, em 1960 consegue publicar Quarto de Despejo, obra que reúne seus escritos autobiográficos e lhe dá projeção.
Dica de leitura: Quarto de Despejo (1960)
24. Marina Colasanti (1937-)
A escritora e jornalista Marina Colasanti é de origem africana, mas ainda criança veio para o Brasil com família. Lançou seu primeiro livro, Eu Sozinha, em 1968. Desde então se dedicou à literatura, tanto para adultos como para o público infantil.
Bastante premiada, Marina publicou mais de 60 títulos. Em suas obras trata de temas como a arte, o amor, o universo feminino e os problemas sociais.
Dica de leitura: Contos de amor rasgado (1986)
25. Rubem Alves (1933-2014)
Rubem Alves foi um escritor e intelectual versátil. Muito considerado no país, trabalhou em diversas áreas além da literatura, como a pedagogia, filosofia, teologia e psicanálise.
Escreveu muitos livros de orientação educacional, se tornando uma grande referência nesse campo.
Também tem várias obras voltadas para o público infanto-juvenil.
Dica de leitura: Ostra feliz não faz pérola (2008)
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