Lilith: quem foi a deusa e seu significado
Lilith é uma figura mitológica cercada de mistérios e controvérsias. Vista como deusa e também demônio, ela está presente nos mitos de diversas culturas, sendo vista atualmente como um símbolo da rebeldia, independência e força feminina.
Em algumas culturas, ela é retratada como a primeira mulher de Adão, sendo antecessora de Eva. Em outras tradições é colocada como um demônio noturno.
Significado de Lilith
O nome "Lilith" surgiu do hebraico, oriundo do termo "Lilitu", que tem como significado "espírito do vento" ou "criatura noturna". No decorrer da história, Lilith foi relacionada ao perigo, à sensualidade e à rebeldia, sendo tanto temida quanto cultuada.
Na contemporaneidade ela é vista também como uma deusa e símbolo feminino e feminista, pois não se submete ao poder masculino. Em algumas vertentes da religião Wicca e do ocultismo, essa figura é cultuada como deusa da lua e da noite.
Mito e história de Lilith
A primeira mulher de Adão
Lilith surge em textos sagrados da cultura judaico-cristã, como o Alfabeto de Ben-Sira. Segundo esses escritos, Deus teria criado Lilith a partir do mesmo barro que o primeiro homem. Assim, ela seria a primeira mulher de Adão, antes mesmo de Eva ser criada.
Nesse contexto não haveria hierarquia de poder. Consciente disso, Lilith não se submeteu às ordens do marido e se recusou a ficar por baixo durante o ato sexual. Assim, abandonou o paraíso, Éden, e por conta de sua rebeldia, foi transformada em um espírito maligno, um demônio.
A figura não é mencionada na bíblia diretamente, entretanto suas características se relacionam a demônios e figuras femininas e sedutoras consideradas um perigo.
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Lilith em outras culturas
Na Suméria
Lilith surge em povos mais remotos, como na cultura suméria, sendo cultuada, mas às vezes demonizada e tendo como símbolo a Lua. Ela é também associada a deusas da fertilidade nessa tradição. Para esse povo, ela era um demônio feminino que vivia no deserto e estava relacionada a ventos e tempestades. Ela também seduzia homens e atormentava mulheres grávidas e bebês recém-nascidos.
Na Mesopotâmia e Babilônia
Na cultura mesopotâmica, é ligada aos demônios da noite, ao vento e às doenças. Representada com asas e pés de coruja, segundo o Talmude Babilônico, Lilith causava pesadelos e infertilidade.
Por isso, é possível que o judaísmo tenha se referido também a essas tradições para criar a narrativa de que essa figura é maligna e representa o mal.
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Na mitologia grega
Na mitologia grega, Lilith pode ser relacionada à deusa Hécate, que frequenta as encruzilhadas, guarda as chaves do mundo inferior e leva em suas mãos tochas para iluminar os caminhos sombrios. Existe também alguma correlação entre esse ser com as criaturas da mitologia grega Lamias e Empusas, demônios femininos que seduziam e engoliam homens e crianças.
Relação entre Lilith e Lúcifer
Segundo a mitologia cristã, não há relação entre Lilith e Lúcifer. Entretanto, nos estudos contemporâneos ocultistas, essas duas figuras são associadas devidos ao seu caráter transgressor e rebelde. Enquanto Lilith não aceitou ser submetida aos desmandos de Adão, Lúcifer também se rebelou contra as ordens de Deus, se transformando em um anjo caído e posteriormente em demônio. Da mesma forma, Lilith foi convertida em uma figura maligna e diabólica após deixar o Éden.
Filmes que fazem referência a Lilith
Lilith (2024)
Nesse longa-metragem com direção de Bruno Safadi, a história de Lilith é recontada de uma maneira contemporânea. Mostra a figura mitológica como a primeira mulher a rebelar contra Deus, vingando-se de Adão e indo contra o patriarcado dominante. O filme é uma parceria entre Brasil e Portugal.
Lilith (1964)
Dirigido e roteirizado por Robert Rossen, o filme traz uma história inspirada na mitologia para contar sobre um funcionário de um hospital psiquiátrico que se apaixona por uma interna e se torna obcecado por ela, investigando os motivos de sua saúde mental frágil.
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