A Arte da Guerra, de Sun Tzu (resumo e significado do livro)
A Arte da Guerra é uma obra literária do pensador chinês Sun Tzu, escrito por volta do ano 500 a.C.
A obra funciona como um manual estratégico para conflitos armados, mas que pode ter várias aplicações em outras áreas da vida.
A Arte da Guerra é um dos livros clássicos da cultura oriental e transcendeu a categoria de simples tratado de guerra para se transformar numa leitura universal sobre planejamento e liderança.
Conheça abaixo um resumo da obra e tenha acesso a uma análise detalhada.
Resumo do livro A Arte da Guerra por capítulos
Capítulo 1
Aborda a importância de avaliar e planejar, tendo conhecimento de cinco fatores que podem influenciar: caminho, terreno, as estações (clima), a liderança e a gestão.
Além disso, são abordados sete elementos que melhoram os resultados das investidas militares. A guerra é algo que tem consequências para o estado ou país e por isso não deve ser iniciada sem muita consideração.
Capítulo 2
Neste capítulo o autor expressa que o sucesso na guerra depende da capacidade de terminar um conflito de forma rápida.
É possível entender um pouco melhor a vertente econômica da guerra, e que muitas vezes para vencer a guerra é preciso saber reduzir os custos relacionados com o conflito armado.
Capítulo 3
A verdadeira força bélica de um exército está na sua união e não no seu tamanho.
São mencionados cinco fatores essenciais para vencer qualquer guerra: ataque, estratégia, alianças, exército e cidades. Um bom estratega identifica a estratégia do seu inimigo, atacando-a na sua parte mais fraca. Por exemplo: o mais recomendado é dominar o inimigo sem destruir o seu ambiente, obrigando-o a se render.
Capítulo 4
O posicionamento tático do exército é determinante para a vitória: os pontos estratégicos devem ser defendidos a todo o custo.
Um bom líder só avança terreno para conquistar outras posições quando tem a certeza que o que já foi conquistado está em segurança. O leitor também pode aprender a não criar oportunidades para o inimigo.
Capítulo 5
O autor explica a importância da criatividade e do timing para melhorar a força e a motivação do exército. Uma boa liderança desperta o potencial do exército.
Capítulo 6
O capítulo 6 é dedicado às forças e fraquezas de uma unidade militar. As características do ambiente (como o relevo da paisagem) devem ser estudadas para que o exército possa obter vantagem no conflito.
Sun Tzu também indica que é possível apresentar uma "fraqueza fingida" para enganar e atrair o inimigo.
Capítulo 7
São abordadas as manobras militares, o perigo de entrar em conflito direto e como obter a vitória nos casos em que esse tipo de confronto é inevitável.
Capítulo 8
São revelados os diferentes tipos de terreno e a importância de se adaptar a cada um deles. É dada alta importância à capacidade da unidade militar de se adaptar à variação das circunstâncias.
Capítulo 9
Movimentação das tropas: neste capítulo o autor explica como o exército deve se posicionar nos diferentes tipos de terreno do território inimigo.
Capítulo 10
Sun Tzu indica os diferentes tipos de terreno e as vantagens e desvantagens que são fruto do posicionamento nestes 6 tipos de terreno.
Capítulo 11
São descritos 9 tipos de situação em que um exército em guerra pode enfrentar e qual deve ser o foco do líder em cada uma das situações de forma a alcançar a vitória.
Capítulo 12
Este capítulo aborda o uso do fogo nos ataques ao inimigo e o que é necessário para tirar proveito desse elemento. Além disso são mencionadas respostas adequadas em caso de ataque com esse e outros elementos.
Capítulo 13
Foco na relevância de ter espiões como fonte de informação sobre o inimigo. São descritas cinco fontes de inteligência (cinco tipos de espiões) e como fazer a gestão dessas fontes.
Análise do livro A Arte da Guerra
O livro está dividido em 13 capítulos, sendo que cada um tematiza diferentes aspectos da estratégia bélica.
Neste tratado sobre a guerra, o conflito é abordado como uma característica inseparável do ser humano. A própria guerra é mencionada como um mal necessário, mas um mal que deve ser evitado sempre que possível.
Um detalhe interessante: A Arte da Guerra foi introduzido no Japão por volta de 760 d.C. e rapidamente se tornou popular entre os generais japoneses. O livro desempenhou um papel significativo na unificação do Japão uma vez que os samurais ficaram conhecidos por terem honrado os ensinamentos desta obra. Há relatos também de que o imperador francês Napoleão havia estudado os escritos militares da Sun e usou-os efetivamente na guerra contra o resto da Europa.
Sun Tzu, um estratega militar, realça a importância do conhecimento, indicando que é essencial o autoconhecimento (a consciência das suas próprias forças e fraquezas), o conhecimento do inimigo e o conhecimento do contexto e do ambiente envolvente (condições políticas, geográficas, culturais, etc).
A Arte da Guerra e os seus princípios inspiraram vários outros autores da área da economia, artes, esportes, que escreveram livros usando as estratégias de Sun Tzu.
Como a obra original foi escrita em chinês, alguns autores afirmam que determinadas traduções podem não transmitir fielmente o significado pretendido pelo autor. Além disso, várias das suas frases podem ter diferentes interpretações.
Frases famosas do livro A Arte da Guerra
A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.
O que é de suprema importância na guerra é atacar a estratégia do inimigo.
A velocidade é a essência da guerra. Tire proveito do despreparo do inimigo; viaje por rotas inesperadas e atinja-o onde ele não tomou precauções.
Toda guerra é baseada no engano. Por isso, quando capazes de atacar, devemos parecer incapazes; ao utilizar nossas forças, devemos parecer inativos; quando estamos perto, devemos fazer o inimigo acreditar que estamos longe, quando longe, devemos fazê-lo acreditar que estamos perto.
Trate seus homens como se fossem seus próprios filhos amados. E eles irão segui-lo no mais profundo vale.
Documentário A Arte da Guerra
O longa metragem produzido pelo History Channel possui duas horas de duração e traz a história e os detalhes mais importantes do livro de Sun Tzu.
Para ilustrar os ensinamentos do sábio oriental, o filme faz referência as grandes guerras mais recentes (as batalhas do império romano, a Guerra Civil americana e a Segunda Guerra Mundial).
Contexto Histórico
Sun Tzu viveu em um período conturbado da história da China. Durante a Dinastia Zhou (722-476), o poder central estava enfraquecido e os principados entraram em inconciliáveis conflitos, gerando pequenos Estados.
Essas sociedades menores coexistiam a partir de um convívio tenso e era relativamente frequente a instauração de guerras entre essas comunidades. Por esse motivo, o tema da guerra era tão caro aos contemporâneos de Sun Tzu: para que os pequenos Estados fossem capazes de se manter vivos, precisavam aprender como controlar o inimigo.
Para se ter uma ideia do valor de A Arte da Guerra, vale sublinhar que ele foi uma das seis principais obras sobreviventes escritas antes da unificação da China.
Sobre o autor
Estima-se que Sun Tzu tenha vivido entre 544 e 496 a.C. na China, tendo sido um importante general e estrategista militar. Supõe-se que Sun Tzu era natal de Ch'i e teria origem nobre: era filho de um aristocrata militar e neto de um estrategista de guerra.
Aos 21 anos o jovem teria migrado para Wu por motivos profissionais, Sun Tzu havia sido escolhido para ser general e estrategista do rei Hu Lu. Sua carreira militar foi profundamente bem sucedida.
A sua obra mais famosa é A Arte da Guerra, que reúne não só conselhos bélicos como também filosofias que podem ser consideradas para a vida cotidiana. Desde a sua primeira edição o livro foi traduzido e distribuído internacionalmente, a princípio em escolas militares.
Seu trabalho foi muitíssimo popular especialmente durante os séculos XIX e XX, quando a sociedade Ocidental começou a pensar em aplicar os conselhos bélicos de Sun Tzu para outros horizontes que não a guerra.
Não se tem dúvidas que Sun Tzu foi autor de A Arte da Guerra, no entanto, alguns filósofos acreditam que, além dos escritos do autor, a obra também contém comentários e esclarecimentos de filósofos militares posteriores, como Li Quan e Du Mu.
Uma curiosidade: A Arte da Guerra está listado no Programa de Leitura Profissional do Corpo de Fuzileiros Navais Norte-Americano e é recomendado para ser lido por todos os funcionários da Inteligência Militar dos Estados Unidos.
Conheça também