Os 13 melhores dançarinos e dançarinas da história
A arte da dança está repleta de personalidades incríveis que vale a pena conhecer.
Cada dançarino e dançarina que destacamos aqui tem um papel importante em sua época, seja no balé clássico, na dança moderna, na dança contemporânea ou na dança pop.
1. Isadora Duncan (1877-1927)
Isadora Duncan foi uma das dançarinas mais importantes da história do Ocidente. A norte-americana, nascida em São Francisco em 26 de maio de 1877, foi uma bailarina e coreógrafa que revolucionou o mundo da dança ao propor movimentos mais fluidos e livres, dando lugar ao que foi chamado depois de dança moderna.
Isadora dedicou toda a sua vida à dança, começando a dar aulas aos 11 anos. No final do século XIX foi para Nova Iorque aprimorar os estudos, mas não se acostumava com a rotina exaustiva dos ensaios.
Não concordava também com o fato das mulheres serem destinadas a uma posição inferior na dança. Assim, se muda para Londres, onde começa a se apresentar em espetáculos que reuniam muitas artes, como música ao vivo, dança e interpretação.
A partir de então passou a viajar a Europa mostrando sua visão da dança, em que os movimentos espontâneos eram mais valorizados e destacados, em oposição à rigidez do balé clássico.
A dançarina buscava na natureza inspiração para sua arte, trazendo para o corpo os movimentos das ondas, dos ventos nas folhas e outros elementos orgânicos.
Declaradamente comunista e bissexual, ela teve uma vida intensa e breve. Em 14 de setembro de 1927, aos 50 anos, Isadora usava um longo lenço no pescoço quando andava em um carro conversível. A echarpe se enrolou nas rodas do carro, atirando-a para fora e causando a morte imediata da famosa dançarina.
2. Fanny Elssler (1810-1884)
A bailarina austríaca Fanny Elssler nasceu no começo do século XIX e fez carreira no período romântico, época em que o balé ganha projeção e valorização no Ocidente.
Começou a dançar ainda criança, e apresentava-se com sua irmã Theresa.
Em 1834 é convidada a integrar a Ópera de Paris, criando um contraste com Marie Taglioni, outra dançarina famosa da época. Enquanto Marie era mais tradicional, Fanny trouxe um estilo mais autêntico de dança, com maior vitalidade e quebras nas regras do balé clássico.
A bailarina era também conhecida por sua incrível capacidade de interpretação dramática. Ela é reconhecida com uma das mais famosas e importantes bailarinas do romantismo. Faleceu aos 74 anos, em 27 de janeiro de 1884, em Viena.
3. Martha Graham (1894 -1991)
A dançarina e coreógrafa Martha Graham nasceu nos EUA em 11 de maio de 1894. Assim como Isadora Duncan, Martha foi importantíssima para uma transformação na maneira de se dançar e de se apreciar a arte da dança.
Ela desenvolveu um estilo próprio, em que a expressão corporal ocorria de modo mais solto e independente. Em 1926 criou a Martha Graham Dance Company, que contribuiu para a formação de nomes famosos na dança, como Alvin Ailey, Paul Taylor e Merce Cunningham.
Trabalhou durante 70 anos com a dança e certa vez declarou:
Eu não quero ser uma árvore, uma flor, uma onda ou uma nuvem. No corpo de um bailarino devemos, como espectadores, tomar consciência de nós mesmos.
Não devemos procurar uma imitação das ações cotidianas, dos fenômenos da natureza ou de criaturas exóticas de outro planeta, mas sim alguma coisa deste milagre que é o ser humano motivado, disciplinado e concentrado.
A vida, contrariamente à puritana, é uma aventura, uma forma de expansão do homem que exige extrema sensibilidade para ser realizada com graça, com dignidade e com eficácia… O corpo e alma estão implicados de forma indivisível nesta experiência da vida, e a arte pode ser vivida por um ser total. Só uma sensibilidade apurada e exaltada realiza esta concentração no instante que é a verdadeira vida.
Martha Graham viveu até os 96 anos, falecendo em 1991 em NOva IOrque.
4. Ismael Ivo (1955-2021)
Um dos maiores nomes da dança contemporânea brasileira é o paulistano Ismael Ivo. Nascido em 1955, Ismael veio de uma família pobre e foi criado por mãe solo, que era empregada doméstica.
Apaixonou-se pela dança na adolescência e conseguiu estudar com bolsas em companhias de dança moderna, chegando a fazer parte do Teatro de Dança Galpão em São Paulo.
No começo dos anos 80 vai morar no exterior e passa a fazer apresentações em vários países. Trabalhou com figuras importantes como Pina Baush e Marina Abramovic.
Em 2017 volta a morar no Brasil e passa a dirigir o Balé da Cidade de São Paulo, se tornando a primeira pessoa negra a ocupar o cargo.
Em abril de 2020, aos 66 anos, Ismael falece em decorrência da Covid-19, após um mês de internação.
Confira um vídeo do canal Arte 1 em que o coreógrafo, dançarino e figurinista reflete sobre a dança e onde podemos vê-lo em cena.
5. Alicia Alonso (1920-2019)
A bailarina e coreógrafa cubana Alicia Alonso é um dos grandes nomes da dança do século XX. Representante do balé clássico, Alicia começou a estudar a dança ainda criança, em Cuba.
Continuou os estudos nos EUA. Se casou ainda na adolescência, com apenas 15 anos, com o dançarino Fernando Alonso. Ao voltarem para a terra natal, fundaram o Ballet Nacional de Cuba.
Quando Alicia tinha 19 anos perdeu parte da visão, por conta de uma doença, o que dificultou, mas não a impediu de continuar dançando.
Assim, ela usava as luzes do espetáculo como guias para seu posicionamento no palco e foi muito bem sucedida, sendo a única bailarina da América Latina a receber o título de prima "ballerina assoluta", que é um prêmio máximo por sua excelência na dança.
Alicia teve uma vida produtiva e morreu em 2019, com quase 99 anos.
6. Ana Botafogo (1957-)
Ana Botafogo é uma das mais famosas bailarinas brasileiras. Carioca, nascida em 1967, Ana fez a sua formação em dança no Rio de Janeiro, começando muito cedo os estudos, tanto que aos 11 anos já se apresentava no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Foi para a França dar continuidade à sua carreira e lá se torna profissional, participando de inúmeros festivais em solo europeu.
Sua vida no balé clássico foi intensa, lhe permitindo encenar obras tradicionais como Giselle, O lago dos cisnes, O quebra-nozes, entre outros espetáculos de sucesso.
7. Pina Baush (1940-2009)
A coreógrafa e dançarina alemã Pina Baush nasceu em 1940 e ficou conhecida por incluir em suas danças e coreografias elementos do cotidiano e suas vivências, assim como de seus bailarinos.
O processo de criação da artista se dava em conjunto com o grupo, que colaborava ativamente com ideias e movimentos inspirados em experiências pessoais.
Entre os temas mais explorados por Pina estão os relacionamentos amorosos, com interações simbólicas entre os casais, que mostras as expectativas, desejos e frustrações que envolvem esse universo.
Pina Baush é uma das dançarinas contemporâneas de maior reconhecimento, recebendo vários prêmios e homenagens a partir dos anos 2000. Em 2011 estreou o longa-metragem Pina, dirigido por seu amigo e cineasta Wim Wenders, lançado 2 anos após sua morte.
Confira o trailer do filme, que apresenta várias coreografias dessa famosa artista do movimento.
8. Mercedes Baptista (1921-2014)
Mercedes Baptista foi uma dançarina brasileira de enorme reconhecimento e importância para o Balé e Dança Afro no Brasil. Nascida no Rio de Janeiro em 1921, Mercedes veio de uma família humilde e trabalhou em diversas profissões antes de se tornar artista.
Na década de 40 começa a estudar com a bailarina Eros Volúsia, que pesquisava a cultura popular, elaborando um balé mais de acordo com a dança brasileira.
Em 1948 se torna a primeira mulher negra a integrar o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas ainda assim tendo poucas oportunidades de se apresentar no grupo, por conta do racismo.
No começo da década de 50 vai para os EUA estudar com Katherine Dunham, ícone da dança afro norte-americana. Permanece lá por um ano e, ao retornar, funda seu próprio grupo, que recebe o nome de Ballet Folclórico Mercedes Batista. A partir de então sua carreira ganhou mais visibilidade e ela idealizou e se apresentou em muitos espetáculos.
Mercedes morreu aos 93 anos, em agosto de 2014, deixando um forte legado.
9. Ivaldo Bertazzo (1949-)
Ivaldo Bertazzo é um dos melhores dançarinos e coreógrafos brasileiros atualmente. Nasceu em 1949 em São Paulo e iniciou a carreira na adolescência. Dançou em diversos continentes, na América Latina, Europa, África e Ásia.
Dedica-se a levar a dança para as pessoas comuns, democratizando essa arte através de projetos sociais e do conceito de “Cidadão Dançante”, que possibilita a participação de pessoas de diversas classes sociais em seus espetáculos.
Ivaldo trabalhou com várias comunidades periféricas que deram origem a espetáculos incríveis como “Mãe Gentil”, “Dança das Marés” e “Samwaad”.
Veja trechos de Samwaad, realizado no Sesc com dançarinos não-profissionais pelo projeto Dança Comunidade, idealizado e coordenado por Ivaldo Bertazzo.
10. Souhair Zaki (1944-)
Uma das mais reconhecidas e melhores dançarinas de dança do ventre foi Souhair Zaki. Ela nasceu no Egito em 1944 e se apaixonou pela dança ainda criança, se destacando em eventos familiares com seu talento autodidata.
Posteriormente começa a se apresentar em casas noturnas em Alexandria. Atingiu o auge do sucesso na década de 70, participando de vários filmes.
A dançarina ficou conhecida por seu estilo despretensioso e elegante, preferindo manter figurinos simples e sempre presando pela improvisação. Souhair não tinha o apoio de coreógrafos, ela gostava de dançar conforme o momento e a música pediam, valorizando uma expressão facial simpática e gentil.
Veja sua participação no filme Wakr Al Ashrar, de 1972.
11. Carlinho de Jesus (1953-)
No Brasil, Carlinhos de Jesus é um grande nome da dança de salão. Nascido no Rio de Janeiro em 1953, Carlinhos se dedica à dança há mais de três décadas e um dos grandes responsáveis pela disseminação e valorização da dança de salão no país.
Além disso, o dançarino também trabalha junto a escolas de samba, coreografando as comissões de frente de várias escolas, como Estação Primeira de Mangueira, Beija-Flor e Império Serrano.
Sobre sua paixão pela dança, Carlinhos declara:
Em cada passo, percorremos diversos caminhos. Em cada giro, viajamos o mundo; em cada olhar transmitimos desejos; em cada toque multiplicamos sensações; em cada queda transcendemos a emoção e em cada dança, sonhamos com os pés no chão.
12. Michael Jackson (1958-2009)
Símbolo do pop, o multiartista Michael Jackson, nascido em 1958 nos EUA, foi um dos maiores ícones culturais da segunda metade do século XX e começo do século XXI.
Sua dança, assim como sua música, inspirou várias gerações, alcançando um sucesso fenomenal e se tornando uma grande referência para o público e para demais artistas.
Sua carreira começou na década de 60, ainda na infância, integrando o grupo The Jackson 5, junto aos seus irmãos. Em 1971 inicia a carreira solo, atingindo o auge na década de 80.
A dança para Michael tinha um lugar especial em sua arte, não se desconectando da música. Além de executar os passos no palco, Michael era quem criava a maioria deles.
Considera-se que o ídolo pop contribuiu para uma grande transformação na dança, revolucionando-a com seus passos elaborados e inovadores.
Faleceu em 2009 em sua casa, após overdose de medicamentos anestésicos.
Confira o astro no palco dançando e cantando seu grande sucesso Billie Jean.
13. Josh Beauchamp (2000-)
Ainda é cedo para considerar Josh Beauchamp um dos melhores dançarinos da história, mas certamente é um nome que tem se destacado no cenário atual da dança.
O jovem nascido no Canadá em 2000 é dançarino e líder do grupo de dança Now United, que reúne pessoas de várias partes do mundo.
Responsável pelas coreografias do grupo, Josh tem como grande inspiração Michael Jackson e faz sucesso entre o público adolescente.
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