Os 21 melhores filmes brasileiros de comédia de todos os tempos

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Tempo de leitura: 16 min.

Um bom filme de comédia pode ser a solução quando se busca levantar o astral e dar boas risadas. O cinema nacional conta com vários títulos do gênero, que costuma ser o mais assistido no país.

Por isso, selecionamos filmes brasileiros que além de engraçados, trazem questionamentos, piadas inteligentes e boas produções.

1. Minha Mãe é Uma Peça 3 (2019)

Direção: Suzana Garcia
Disponível em: Globopla

Último filme protagonizado pelo ator Paulo Gustavo, Minha Mãe é uma Peça 3 faz parte da franquia de filmes que traz como protagonista Dona Hermínia, uma mãe e dona de casa.

Com cenas muito engraçadas, o longa mostra a personalidade ansiosa, controladora e amorosa dessa mãe, que agora precisa lidar com a saída dos filhos de casa.

Vale destacar que a trama mostra como Dona Hermínia aceita com humor e naturalidade o casamento homoafetivo de seu filho. Sucesso de bilheteria, o filme teve uma das maiores arrecadações do cinema nacional e se tornou um dos mais vistos em 2020.

2. Ó Pai, Ó (2007)

Direção e roteiro: Monique Gardenberg
Disponível em: Amazon Prime Video

Cena do filme Ó pai, Ó
Cena do filme Ó pai, Ó

A comédia musical Ó pai, Ó é um longa baseado na peça teatral de Márcio Meirelles. A trilha sonora foi coordenada por ninguém menos do que Caetano Veloso e a maioria do elenco é formada pelos integrantes do Grupo Olodum. Além disso, conta com as atuações de Lázaro Ramos, Stênio Garcia, Wagner Moura e Dira Paes.

A história se passa em Salvador, no bairro do Pelourinho e exibe a animada vida dos moradores no último dia de carnaval. A alegria da comunidade é ameaçada, entretanto, quando Dona Joana se incomoda e fecha o registro de água.

A produção consegue unir de maneira incrível humor e questionamentos sociais, como racismo, desigualdade, preconceito e violência.

3. Deus é Brasileiro (2003)

Direção: Carlos Diegues
Disponível em: Globoplay

cena do filme Deus é brasileiro

O filme baseou-se no conto literário O Santo que não Acreditava em Deus, do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro. Filmada em várias regiões do país (Tocantis, Pernambuco, Rio de Janeiro e Alagoas), a produção contou com Wagner Moura e Antônio Fagundes nos papéis principais.

Deus decidiu descer à Terra em busca de um substituto, pois está cansado de suas funções celestiais e quer tirar férias. A entidade escolhe o Brasil. Chegando aqui encontra Taoca, um sujeito engraçado e humilde que trabalha como borracheiro e tenta fazer com que Deus o ajude materialmente. Taoca passa a ser o guia de Deus e juntos viajarão pelo Brasil à procura do santo que ficará no lugar do Divino.

4. O Auto da Compadecida (2000)

Direção: Guel Arraes
Baseado em: obra de Ariano Suassuna
Disponível em: Globoplay

Cena do filme O auto da Compadecida.

O Auto da Compadecida é considerada a obra-prima do escritor paraibano Ariano Suassuna. Publicada em 1955, ganhou os palcos do teatro no ano seguinte. A história se tornou um marco na cultura brasileira, sobretudo a nordestina, conquistando o público com um humor caricato e regional, mas também questionador.

Assim, no final da década de 90 o cineasta Guel Arraes decidiu levar a narrativa para o cinema. Em 1999 era lançada a versão mais conhecida de O Auto da Compadecida, que tem como personagens principais João Grilo (Matheus Nachtergaele e Chicó (Selton Melo).

A trama se passa nos anos 30 na Paraíba. Chicó e João Grilo são amigos que dividem as angústias da pobreza e da falta de oportunidades. Com muita esperteza e atitudes um tanto contraditórias, arrumam maneiras de sobreviver à dura realidade da seca e da desigualdade.

O filme fez um enorme sucesso de público e crítica, agradando até mesmo o exigente Ariano Suassuna, que elogiou a atuação de Matheus Nachtergaele:

Sua atuação é impecável, pois consegue passar toda a esperteza do personagem, que luta contra o patriarcado rural, a burguesia urbana, a polícia, o cangaceiro, e até contra o diabo.

5. Minha Vida em Marte (2018)

Direção: Susana Garcia
Disponível em: Globoplay, Netflix

Minha Vida em Marte é uma deliciosa comédia romântica, continuação de Os Homens São de Marte... e É pra lá que Eu Vou. Estrelada por Mônica Martelli e Paulo Gustavo, conta a história de Fernanda, que está vivendo umacrise no casamento.

Com uma filha pequena e cheia de vida, Fernanda não sabe se coloca fim na relação. Para ajudá-la nesse momento difícil conta a parceria de seu grande amigo e sócio Aníbal.

6. O Homem que Copiava (2003)

Direção e roteiro: Jorge Furtado
Disponível em: Globoplay

filme O homem que copiava

Sucesso de público e crítica, o filme O Homem Que Copiava se passa em Porto Alegre e mostra a vida de André (Lázaro Ramos). O jovem trabalha em uma papelaria tirando xerox e ganha um salário ridículo. Vivendo com a mãe, André leva uma rotina tediosa.

Um dia se apaixona por Sílvia (Leandra Leal) e decide ir à loja que ela trabalha para tentar uma aproximação. Assim, ele precisa conseguir 38 reais para comprar um presente para a mãe na loja.

O filme apresenta um humor sutil e sarcástico ao mesmo tempo, destacando as dificuldades de quem está sempre sem dinheiro. O longa participou de vários festivais, vencendo alguns como o Grande Prêmio Cinema Brasil e o Festival Havana.

7. 45 do segundo tempo (2022)

Direção: Luiz Villaça
Disponível em: Globoplay

Depois de 40 anos, três amigos se reencontram para recriar uma fotografia antiga, feita anos antes em uma estação de metrô. Cada um seguiu uma trajetória diferente e agora um deles está deprimido, já não vê propósito na vida.

Mas a reaproximação desses amigos e as lembranças do passado trazem um novo ânimo. Uma comédia dramática que conta com um elenco de peso, com Tony Ramos, Ary França e Cassio Gabus Mendes.

8. Cabras da Peste (2021)

Direção: Vitor Brandt
Disponível em: Netflix

Cabras da Peste é a aposta da Netflix em 2021 no cinema nacional. Parte do filme se passa no Ceará e parte em São Paulo, expondo as contradições e diferenças regionais do Brasil. As personagens principais são uma dupla de policiais com personalidades opostas.

Bruce (Edmilson Filho), um cearense corajoso, viaja até São Paulo para resgatar uma cabra que foi sequestrada. Ao chegar, se torna parceiro de Trindade (Matheus Nachtergaele), o típico “policial de escritório”, medroso e cauteloso.

Juntos, precisarão desvendar uma perigosa quadrilha, se metendo em muitas confusões. Um filme cheio de ação, com ótimas interpretações e boa dose de humor, com destaque para a linguagem regional.

9. Tudo Bem no Natal que Vem (2020)

Direção: Roberto Santucci
Disponível em: Netflix


Produzido pela Netflix, o longa Tudo Bem no Natal que Vem traz o ator de comédia Leandro Hassum interpretando Jorge, um pai de família que odeia as festas natalinas.

Depois de sofrer um acidente e bater a cabeça na véspera do natal, Jorge passa a acordar todos os dias em 24 de dezembro do ano seguinte, sem se lembrar do resto do ano. Assim, sua vida se torna um eterno natal.

O filme foi muito bem recebido pelo público, sendo umas das produções mais vistas da Netflix no final de 2020, tanto no Brasil quanto nos EUA, Polônia, Espanha e México. A trama explora a comédia, mas exibe também drama e importantes reflexões sobre o valor que damos à vida.

10. Estômago (2008)

Direção: Marcos Jorge
Disponível em: Globoplay

Um dos melhores filmes brasileiros dos anos 2000 é Estômago. Lançado em 2007, conta com a direção de Marcos Jorge e elenco com ótimas atuações. João Miguel, Fabíula Nascimento, Babu Santana, Carlo Briani, Zeca Cenovicz e Paulo Miklos se uniram para contar essa história cheia de drama, paixão, vingança e muito humor.

Raimundo Nonato veio do nordeste para São Paulo em busca de uma vida melhor. Consegue emprego em uma lanchonete e descobre seu talento como cozinheiro.

Assim, é contratado por um renomado chefe de um restaurante italiano. Enquanto sua vida profissional começa a melhorar, sua vida amorosa se complica. Ao se apaixonar pela prostituta Iria, Nonato terá grandes problemas.

O filme foi premiado em diversos festivais e incluído na lista de 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos do Cinema).

11. O Palhaço (2011)

Direção, roteiro e atuação: Selton Mello
Disponível em: Netflix, Globoplay

O Palhaço é o segundo filme do ator e cineasta Selton Mello. Considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccine, o longa-metragem conta a história de Benjamin, um palhaço triste que aprendeu o ofício com seu pai Valdemar, um palhaço idoso.

Em crise existencial, Benjamin decide largar a profissão no circo itinerante chamado Esperança e se instalar em uma cidade, trabalhando em um emprego convencional. Com delicadeza e diversão, o filme aborda questões importantes como propósito na vida, pertencimento e busca pela felicidade.

12. Saneamento Básico (2007)

Direção e roteiro: Jorge Furtado
Disponível em: Globoplay

Um dos filmes mais engraçados brasileiros é Saneamento Básico, O Filme. Com grande elenco (como Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Lázaro Ramos, Paulo José e outros), a produção foi idealizada por Jorge Furtado.

A trama conta de maneira divertida como os moradores de uma pequena comunidade gaúcha se juntam para resolver o problema do tratamento de esgoto do local.

Com apenas 10 mil reais para realizar um filme de ficção, o grupo decide criar a história de um monstro que vive em uma fossa. A grande ideia de Furtado foi exibir nas telas do cinema temas de saúde pública enquanto revela as dificuldades de se fazer cinema no Brasil.

13. Meu Tio Matou um Cara (2004)

Direção e roteiro: Jorge Furtado
Disponível em: Globoplay

Cena de filme Meu tio matou um cara
Lázaro Ramos em cena de Meu Tio Matou um Cara

Meu Tio Matou um Cara é mais uma parceria bem sucedida entre o cineasta Jorge Furtado e Lázaro Ramos. A produção de 2004 tem a cidade de Porto Alegre como cenário e exibe um enredo que, apesar do título, tem leveza, bom humor e romance.

Duca é um adolescente que tenta livrar seu tio da cadeia. Éder foi preso ao confessar um assassinato, mas Duca acredita que ele seja inocente e esteja assumindo a culpa de Soraya, a viúva. Participou de festivais e foi indicado a quatro categorias do Grande Prêmio Cinema Brasil

14. O Cheiro do Ralo (2007)

Direção: Heitor Dhalia
Baseado em: livro de Lourenço Mutarelli
Disponível em: Globoplay

Selton Melo em cena do filme O cheiro do Ralo
Selton Melo em cena do filme O cheiro do Ralo

A obra literária O Cheiro do Ralo, escrita em 2002 pelo escritor paulistano Lourenço Mutarelli ganhou os cinemas em 2007. Dirigida por Heitor Dalia e trazendo Selton Mello como ator principal, o filme apresenta um humor que aborda dramas existenciais a partir de um personagem controverso e problemático.

Lourenço, o protagonista, vive da compra e venda de objetos usados e faz da atividade uma maneira de se divertir à custa de seus clientes. Sua perversão é crescente à medida que o cheiro do ralo de seu galpão vai se tornando cada vez mais insuportável.

O filme foi bem recebido pela crítica, integrando o Festival de Sundance e ganhando prêmios de melhor filme e melhor ator em festivais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

15. Os Normais - O Filme (2009)

Direção: José Alvarenga Jr
Baseado em: livro Os Normais, de Fernada Young

Filme Os normais

A série de TV Os Normais foi lançada na Globo entre 2001 e 2003 e fez tanto sucesso que quando acabou, deu origem ao filme. A trama mostra como o casal Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) se conheceram.

Como tudo na vida deles, esse encontro também não poderia deixar de ser inusitado. Vani estava prestes a se casar com Sérgio (Evandro Mesquita), e Rui se casaria com Martha (Marisa Orth).

Os casamentos estavam marcados na mesma igreja e em horários próximos. Os dois se aproximam quando Vani pede um punhado de arroz a Rui para comemorar seu casamento. Na época de seu lançamento o filme foi um dos mais assistidos, sendo um sucesso de bilheteria.

16. Lisbela e o Prisioneiro (2003)

Direção: Guel Arraes

Cena do filme Lisbela e o prisioneiro.

Outra adaptação da cultura nordestina que o cineasta Guel Arraes levou para o cinema é Lisbela e o Prisioneiro. O filme foi originado da peça de teatro de mesmo nome do pernambucano Osmar Lins.

Conta a história de Lisbela (Débora Falabella), uma moça romântica que vê nos filmes de Hollywood o cenário perfeito para uma vida idealizada.

Um dia chega na pequena cidade Leléu (Selton Mello), um rapaz malando e galanteador. Os dois se apaixonam e passam a viver oromance como se fosse um filme, com todos os personagens caricatos, mas em um cenário nordestino. O filme foi bem recebido pelo público, sendo assistido por mais de um milhão de espectadores e concorrendo em vários prêmios e festivais.

17. Vendo ou Alugo (2013)

Direção: Betse de Paula
Disponível em: Amazon Prime Video

Essa comédia de 2013 conta com um elenco formado por nomes de peso como Marieta Severo, Nathália Timberg, Marcos Palmeira e Silvia Buarque. A trama se passa no Rio de Janeiro e explora o contraste social e a questão da moradia. Maria Alice é uma mulher madura que vive com sua mãe, sua filha e sua neta em uma antiga casa no Leme.

Ela está sem dinheiro e vive fazendo rolos para conseguir sobreviver. Assim, a melhor alternativa que a família tem é vender a casa.Entretanto, isso não será fácil. A localização do imóvel é ruim, pois fica ao lado de uma favela. Ao saber que um estrangeiro tem interesse em uma casa no Rio de Janeiro, Maria Alice fará de tudo para fechar negócio com ele.

O filme concorreu no Cine PE - Festival do Audiovisual e ganhou em diversas categorias.

18. Malasartes e o Duelo com a Morte (2017)

Direção: Paulo Morelli

Pedro Malasarte, tradicional personagem do folclore brasileiro, inspirou o filme de comédia e fantasia Pedro Malasartes e o Duelo com a Morte. Conta sobre Malasarte, um rapaz muito esperto que vive pregando peças nas pessoas a fim de conseguir um dinheiro. É apaixonado por Áurea e tem uma grande dívida com o irmão da moça.

Um dia, a própria morte aparece em seu caminho. Assim, Malasartes precisa provar que é mais inteligente e vencer esse desafio. O filme foi lançado em 2017 e impressionou, pois conta com muitos efeitos especiais, sendo a produção brasileira que mais investiu em computação gráfica.

19. O Amor no Divã (2016)

Direção: Alexandre Reinecke

Cena do filme O amor no divã.

A comédia romântica Amor no Divã é o filme de estreia do diretor de teatro Alexandre Reinecke. Com uma abordagem divertida, traz para o cinema dramas e questionamentos amorosos de uma forma adulta e autêntica.

O elenco é composto por Zezé Polessa, Daniel Dantas, Fernanda Paes Leme e Paulo Vilhena. O bom entrosamento e atuação da equipe contribui para o sucesso da produção.

Malka é uma terapeuta experiente especializada em tratar casais. Ao iniciar sessões com um jovem casal em crise, percebe que seu casamento também precisa ser reavaliado.

20. Divã (2009)

Direção: José Alvarenga Jr

cena do filme Divã mostra casal em mesa de jantar

Baseado no livro de mesmo nome de Martha Medeiros, Amor no Divã é um filme de 2009 que foi tão bem sucedido que ganhou continuação, lançada em 2015.

A trama é sobre Mercedes, uma mulher que, supostamente, está bem casada e feliz. Mas algo a incomoda e ela não sabe bem o que. Então, decide entrar na análise e a partir daí vê sua vida se transformar. Mercedes passa a questionar sua aparente "vida perfeita" e resolve tomar outro rumo.

Com um humor dinâmico e ótima interpretação de Lilia Cabral, Divã é um filme interessante que mostra o despertar de uma mulher ao compreender que não se satisfaz com o que a sociedade espera das mulheres.

21. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)

Direção: Bruno Barreto

imagem do filme Dona Flor e seus dois maridos
Imagem presente no cartaz do filme Dona Flor e seus Dois Maridos

Dona Flor e seus Maridos, escrita em 1966 por Jorge Amado é uma das histórias do escritor baiano mais conhecidas. Foi adaptada para o cinema dez anos depois de sua publicação, em 1976, sendo um grande sucesso de crítica e público e se destacando no cinema nacional.

O enredo conta sobre um triângulo amoroso entre uma bela cozinheira, seu marido Teodoro, um pacato farmacêutico, e Vadinho, o ex-marido falecido e malandro incorrigível.

Dona Flor se vê dividida entre os dois homens, sendo um dele um espírito, o que causa muita confusão. A trama é contada de maneira bem-humorada e aborda também aspectos regionais, já que se passa na Bahia.

O filme fez tanto sucesso que a história foi refilmada em 1998 como minissérie e novamente em 2017 em formato também de longa-metragem.

Você também pode se interessar:

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.