Cristo Redentor: história e significado da estátua
O monumento Cristo Redentor é uma famosa estátua de Jesus Cristo localizada no Rio de Janeiro, no morro do Corcovado.
O monumento art déco foi fruto da ideia e realização de um grupo de pessoas, sendo Heitor da Silva Costa o engenheiro responsável pelo desenho e Paul Maximilian Landowski o escultor.
Ao todo, tem 38 metros de altura, sendo que a estátua tem 30 metros e o pedestal 8 metros (esta altura é equivalente a um prédio de 13 andares).
Em 2007 ele foi eleito como uma das novas 7 Maravilhas do Mundo Moderno.
Juntamente com o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor é das marcas mais conhecidas que distinguem não apenas o Rio de Janeiro, mas também o Brasil.
Como é um célebre ponto turístico, esta escultura também expressa a hospitalidade do povo brasileiro, que recebe as pessoas de braços abertos.
História do monumento Cristo Redentor
O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida.
Em 1859, o padre Pierre-Marie Boss estava no Colégio da Imaculada Conceição, na praia de Botafogo e, vendo o monte Corcovado, pensou em construir um monumento em honra da Princesa Isabel, filha do imperador Pedro II.
Durante os preparativos para o centenário da Independência do Brasil, em 1920, o Círculo Católico do Rio de Janeiro fez a proposta e angariou fundos para a construção do monumento.
Nesta época surgiram várias propostas, mas a vencedora foi aquela que representava Jesus Cristo em pé, com os braços abertos, com uma postura que refletia uma atitude de amor e paz.
O arquiteto e engenheiro Heitor da Silva Costa foi o autor do projeto vencedor do concurso aberto pela Igreja Católica em 1921 para a construção de um monumento no cume do Morro do Corcovado.
Seu trabalho teve como inspiração ilustrações do pintor ítalo-brasileiro Carlos Oswald e recebeu o primeiro lugar no concurso. Heitor da Silva Costa além de vencer o concurso, coordenou todas as fases da obra.
As mãos e a cabeça da estátua foram trabalhadas pelo escultor polonês-francês Paul Landowski sendo que a cabeça foi trabalhada pelo escultor romeno Gheorghe Leonida. Uma curiosidade: Landowski nunca pisou em solo brasileiro e jamais chegou a visitar o Cristo.
A obra também contou com a ajuda do engenheiro especialista em concreto armado Albert Caquot, que fez os cálculos estruturais para a escultura.
O engenheiro Heitor Levy, por sua vez, foi o braço direito de Heitor da Silva Costa e ficou conhecido como o mestre de obras do Cristo Redentor. Levy acompanhou as obras no local e conduziu as equipes ao trabalho.
Outro nome importante para o monumento foi o do cardeal Sebastião Leme, talvez o membro da Igreja Católica mais interessado em levar a frente o projeto. Foi ele que promoveu campanhas de arrecadação de doações e buscou fundos para o monumento ser efetivamente erguido. Por esse motivo, até hoje a Arquidiocese do Rio é a única detentora dos direitos patrimoniais.
Composição do monumento Cristo Redentor e manutenção
O monumento é feito em concreto armado e pedra-sabão. Esta pedra, que existe em grande quantidade no Brasil, além de ser bonita, apresenta elevada resistência à erosão.
Para compor o Cristo Redentor foram esculpidos milhares de triângulos de pedra-sabão que foram posteriormente colados em um tecido e aplicados na estátua.
Essas pequenas peças triangulares são conhecidas como tesselas. As tesselas tinham como objetivo proteger a estrutura de concreto armado.
Como a escultura está situada em um dos pontos mais altos da cidade de clima tropical, ela recebe muitas descargas elétricas durante as tempestades.
Esse fato faz com que as tesselas sejam danificadas, por esse motivo a estátua precisa de constante observação e restauro periódico, feito por restauradores alpinistas.
Segundo o padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, há muito material armazenado para as renovações do monumento:
Temos um estoque dessa pedra (sabão), adquirida da mesma pedreira de Minas Gerais de onde saiu o material na construção original do monumento.
Por ser o pico do Morro do Corcovado, foi necessário instalar uma série de para-raios no monumento, principalmente na cabeça e nos braços da escultura.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Cristo Redentor é atingido por cerca de seis raios ao ano. Em 16 de janeiro de 2014, parte do dedo polegar da mão direita do Cristo quebrou após ser atingida por um raio.
Um mês antes do polegar ter sido atingido, o dedo médio da mesma mão havia recebido também um raio, ficando significativamente danificado.
Curiosidades sobre o Cristo Redentor
- Nem todo o monumento foi construído no nosso país. As mãos e a cabeça foram esculpidas em Paris e divididas em várias partes, montadas no Brasil. A cabeça foi dividida em 50 peças e as mãos em 8 peças.
- Antes da sua construção foram sugeridos três locais para a construção do monumento: Morro de Santo Antônio, Pão de Açúcar e o Morro do Corcovado, sendo que foi escolhido este último.
- O Cristo Redentor é a segunda maior representação em escultura de Jesus Cristo do mundo, só ultrapassada pela escultura "Estátua de Cristo Rei" que se encontra na Polônia.
- Existe um coração no Cristo Redentor, que mede 1,30. Nesse coração, na parte de dentro da escultura, existe um frasco de vidro com um pergaminho que contém a árvore genealógica do engenheiro fiscal Pedro Fernandes e do mestre de obras Heitor Levy.
Cristo Redentor na cultura brasileira
Por ser um dos maiores cartões postais do Brasil e ter impacto significativo na paisagem e na vida dos brasileiros, o Cristo Redentor está presente em muitas obras da cultura nacional.
Na música, foi tema de canções de diversos cantores e compositores, como Caetano Veloso, Nara Leão, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius de Mores, entre outros.
A estátua também apareceu em obras cinematográficas e muito na televisão, principalmente em telenovelas.
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