O Livro de Eli: significado do filme
O longa-metragem de ficção científica, ação e aventura, dirigido por Albert e Allen Hughes, foi lançado em 2010. O enredo é passado em um mundo pós-apocalíptico e fala sobre um homem que atravessa o país sozinho, carregando um antigo livro.
Durante a jornada, o herói encontra um inimigo muito influente, disposto a tudo para roubar o objeto e se apropriar do seu poder.
Atenção: a partir deste ponto você vai encontrar spoilers!
Personagens principais e elenco
Eli (Denzel Washington)
O protagonista é um homem que foi tocado pela fé quando encontrou a última bíblia que sobreviveu à guerra. Movido por uma voz que escuta, ele decide levar o livro sagrado até o Leste do país.
Solara (Mila Kunis)
A jovem trabalha num bar, onde é forçada a obedecer às ordens de Carnegie. Quando conhece Eli e aprende a rezar, ela se enche de coragem e decide abandonar tudo, acompanhando o herói na sua missão.
Carnegie (Gary Oldman)
Dono do bar, o homem mais velho é extremamente poderoso porque tem acesso à água limpa, um dos recursos mais escassos. Buscando um exemplar da bíblia por anos, ele encara a religião como um modo de dominar a população e ascender socialmente.
Claudia (Jennifer Beals)
Mãe de Solara e companheira de Carnegie, a mulher é cega e sofre violência nas mãos do vilão. No final, quando ele necessita da sua ajuda, ela recupera o poder sobre si mesma e se recusa a colaborar.
O Livro de Eli: o que significa?
Encontramos o grande plot twist do filme quando Carnegie finalmente consegue pegar a bíblia de Eli. Abrindo o livro, ele se desespera ao perceber que está escrito em braile. Assim, os espectadores se deparam com uma pergunta inevitável: Eli era cego ou não?
Algumas pistas vão sendo sugeridas ao longo do filme, através de detalhes. Se prestarmos atenção, desde a primeira cena, o protagonista parece usar os outros sentidos (como a audição e o tato) para realizar várias tarefas.
Quando consegue cumprir a sua missão e começa a ditar o livro sagrado para um homem que tira notas, a imagem vai se aproximando do rosto de Eli, revelando uma névoa nos olhos. Podemos depreender, então, que o herói sempre foi cego e estava sendo orientado por uma força divina.
Sou guiado pela fé, não pela visão.
Outra possibilidade é a do homem ter recuperado a visão de forma temporária, para realizar a tarefa que foi concedida por Deus. No final, após ter cumprido sua missão, a cegueira regressa. Esta teoria parece concordar com a história do personagem bíblico com o mesmo nome:Eli, um profeta que perdeu a capacidade de ver.
O longa-metragem também traz uma reflexão acerca da dualidade da fé. Por um lado, assistimos ao modo como ela move Eli e inspira Solara a mudar seu jeito de viver. Por outro, a religião também é apontada como uma potencial ameaça, algo que teria causado a grande guerra e destruído o mundo antigo.
Por isso, todas as bíblias foram queimadas nessa época. Eli acreditava no seu poder de auxiliar a humanidade e queria que o livro fosse divulgado novamente. No outro extremo, a ganância de Carnegie representa aqueles que usam as palavras religiosas apenas como um modo de obter controle e riqueza:
Não é apenas um livro, é uma arma. Uma arma que se aponta aos corações e às mentes dos fracos e desesperados.
Curiosidades sobre o filme
Vários aspectos de O Livro de Eli têm sido mencionados pelos espectadores, que continuam encontrando referências e curiosidades na obra, tantos anos depois. Contudo, temos que começar referindo os boatos de uma sequela que nunca aconteceu. Embora O Livro de Eli 2 tenha sido anunciado na internet por várias vezes, o filme nunca foi produzido.
O público também aponta os indícios de uma guerra nuclear que, embora não seja mencionada diretamente, parece ter causado aquele cenário distópico. A teoria é sustentada pela presença de radiações e pelo "buraco no céu" que, segundo os relatos, se abriu e queimou a terra, deixando o solo infértil.
Quando Eli fica hospedado na casa de Carnegie, existe um cartaz do filme O Menino e Seu Cachorro (1975) na parede. Trata-se de uma homenagem ao antigo filme pós-apocalíptico, considerado uma das primeiras referências do gênero cinematográfico. Também é interessante reparar que, na primeira vez que aparece, o vilão está lendo a biografia de Mussolini, o ditador italiano.
Os diretores mencionaram, em entrevistas posteriores, que existe uma cruz ou símbolo religioso em todas as cenas nas quais Eli mata alguém. Denzel Washington começou a treinar várias artes marciais, para se preparar para o filme, e executou suas cenas de luta sem dublês.
Resumo do enredo
O filme começa com um homem solitário, caminhando por um deserto pós-apocalíptico. Após procurar água e alimentos, ele abre um livro antigo e lê até conseguir dormir. No dia seguinte, Eli, o protagonista, é alvo de uma emboscada. Quando é parado por uma mulher pedindo ajuda na estrada, acaba sendo cercado por um grupo de bandidos e consegue derrotar todos.
Chegando na povoação mais próxima, entra numa taberna para comprar água, recurso que era muito caro, e é atacado por uma gangue. Depois de fazer uma oração em voz alta, ele luta contra todos e vence. O dono do local, Carnegie, é um homem rico que procura um livro específico, repleto de poder. Ao reparar na força de Eli, convida o forasteiro a pernoitar ali e trabalhar para ele.
Carnegie tem uma companheira cega, Claudia, com uma filha adolescente chamada Solara. A jovem é enviada para o quarto de Eli, com a intenção de seduzi-lo e convencê-lo a ficar. O herói, no entanto, não aceita os seus avanços e a convida para jantar. Os dois conversam sobre o mundo antigo e Eli a ensina a rezar.
O proprietário do bar percebe que Eli tem o livro que ele procura, mas já partiu na manhã seguinte. Revela, então, que se trata de uma bíblia e fala que pretende utilizá-la para conseguir ainda mais poder e influência. Solara decide ir embora com o protagonista. Primeiro, ele consegue despistá-la, mas depois volta para salvá-la, quando está sendo atacada por dois homens.
Eli conta para Solara que escutou uma voz que o guiou até à bíblia, a única que não foi queimada, e ordenou que a levasse para o Leste. Em troca, a vontade divina prometeu que iria protegê-lo ao longo de toda a jornada. No dia seguinte, eles encontram uma casa isolada no meio do deserto, onde vivia um casal idoso e cheio de armas para se defender. Após se abrigarem por lá, o local é rodeado pelo exército de Carnegie que metralha tudo.
Assim, o vilão consegue pegar o livro e deixa o homem caído no chão, levando a jovem de volta para casa. Solara, no entanto, ataca o motorista e consegue roubar o carro, usando o veículo para resgatar Eli e fugir com ele para o Leste. Enquanto o dono do bar se esforça para abrir a fechadura do livro, o protagonista fala para a companheira que aprendeu a sua mensagem: fazer mais pelos outros do que por si mesmo.
Após passarem a ponte Golden Gate, de São Francisco, em ruínas, eles encontram uma cidade. Aí, existe uma enorme biblioteca e um grupo de pessoas que estão imprimindo livros, para que a humanidade recupere o acesso ao conhecimento. Declarando que tem a bíblia na sua posse, o herói começa a declamar os seus versos, que vão sendo anotados por alguém que o escuta. Gradualmente, percebemos que existe uma névoa branca nos seus olhos: Eli é cego.
Quando Carnegie arromba a fechadura do livro, descobre que as folhas são todas em braile e entra em fúria. Desesperado, pede ajuda de Claudia, que o rejeita e decide ir embora. Depois de todo o caos que causou, ele fica fraco e sozinho, assistindo ao bar sendo destruído pelos clientes. Nas cenas finais, vemos que a bíblia está sendo publicada e Solara visita a lápide de Eli.
Através de uma voz off, escutamos o discurso do protagonista, que agradece a Deus pela proteção e pelo descanso, após ter cumprido o seu propósito. A jovem parte escutando música, um hábito antigo do parceiro, e declara que vai voltar para casa, disposta a mudar as coisas por lá.
Trilha sonora do filme
O Livro de Eli também é lembrado pela sua trilha sonora, criada por Atticus Ross, Leopold Ross e Claudia Sarne. Confira na playlist abaixo:
Ficha técnica e cartaz
Título | The Book of Eli (original) O Livro de Eli (no Brasil) |
Ano | 2010 |
Direção |
Albert Hughes |
Pais de origem | Estados Unidos da América |
Gênero | Ação Ficção científica Drama Aventura |
Duração |
117 minutos |
Classificação | Maiores de 16 anos |
Lançamento | janeiro de 2010 (internacional) março de 2010 (no Brasil) |
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