Pobres Criaturas: filme que encantou a crítica estrelado por Emma Stone explicado

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Tempo de leitura: 5 min.

O filme Pobres Criaturas (Poor Things, originalmente), do cineasta grego Yorgos Lanthimos, combina comédia, drama, fantasia e ficção científica para contar uma história sobre a liberdade feminina e a busca por identidade.

A produção impactou o público e atraiu a atenção da crítica, colhendo muitos elogios e reconhecimento.

Com uma estética autêntica e original, Pobres Criaturas brinca com a realidade e a fantasia, levando o espectador a uma jornada surreal e emocionante de autodescoberta. O longa-metragem pode ser visto na plataforma de streaming da Disney+.

O que a crítica disse sobre Pobres Criaturas?

Amplamente elogiado pela crítica, o filme foi visto como singular e inovador. A direção do cineasta grego recebeu boas avaliações por sua capacidade de criar uma atmosfera surrealista e envolvente, misturando elementos extraordinários com um enredo que mergulha em assuntos potentes como liberdade, identidade e feminismo.

Descrito como uma obra "perturbadora e sedutora", o filme concorreu ao Oscar de 2024 em 11 categorias e levou para casa os prêmios de Melhor Atriz para Emma Stone, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Penteado.

Confira a declaração do crítico de cinema Paulo Camargo sobre o filme:

O que confere a Pobres Criaturas um status cinematográfico monumental é a maestria de Lanthimos ao equilibrar rigor estético, habilidade narrativa, entretenimento com temas intrinsecamente complexos e muito relevantes na contemporaneidade.

No site IMDB recebeu a nota 7.8 e no Rotten Tomatoes tem 93% de aprovação.

Sinopse de Pobres Criaturas

Passada na Era Vitoriana, a trama conta a história de Bella Baxter (Emma Stone), uma mulher que nasce de um peculiar experimento do cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Após sofrer um grave acidente, Bella é trazida de volta à vida e ressurge com a mente de uma criança no corpo de uma mulher formada.

Assim, com a ajuda de seu criador, a moça aprende tudo do início e embarca em uma extraordinária aventura em busca de construir sua própria identidade, investigando seus desejos, sua sexualidade e anseios.

Com sede de liberdade e curiosidade pelo mundo, Bella aceita partir com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Rufallo) em uma longa viagem por diversos continentes. Assim, tem contato com outros personagens fascinantes, vivendo situações inusitadas e desafiadoras.

Resumo e significado do filme

Baseado no livro de mesmo nome de Alasdair Grey, Poor Thing traz também uma clara referência ao clássico da literatura de ficção científica Frankenstein, publicado por Mary Shelley em 1818.

É muito interessante como a narrativa nos apresenta um percurso psicológico que serve como metáfora para uma jornada humana de autodescoberta, se aproximando sobretudo da experiência de ser mulher no mundo.

Emma Stone está impecável no papel de Bella Baxter, entregando uma performance que convence e comove o espectador. A atriz exibe com maestria toda a curiosidade de Bella pela existência, habitando o próprio corpo de maneira lúdica e comprometida com seu prazer, investigando seus gostos e seu desejo. Aliás, vale destacar que a atriz também esteve presente na produção do filme, dando contribuições importantes para a criação de sua personagem.

No filme mergulhamos em uma história repleta de simbolismo por meio de um universo fantasioso e surrealista criado por Lanthimos. Podemos destacar, por exemplo, como ele usa a cor - e a ausência dela - para mostrar o estado emocional da personagem e sua evolução.

Enquanto ela está enclausurada na casa de Dr. Godwin, a fotografia é apresentada em preto e branco e a há cenas que distorcem a realidade. Após Bella sair em viagem, percorrendo e descobrindo outros cenários, o filme ganha cores vibrantes, refletindo seu entusiasmo frente às possibilidades que sua nova realidade apresenta.

Toda a produção foi pensada em cada detalhe para nos levar com Bella em seu crescimento, indo da ingenuidade ao empoderamento. Figurino, cenário, fotografia e direção de arte foram essenciais para criar uma atmosfera lúdica e contar essa incrível história que desperta uma variedade de sensações e reflexões no público.

Além disso, outro ponto que encanta é a quantidade de referências a outras obras de arte que aparecem no filme, como obras literárias, cinematográficas, musicais e das artes visuais.

Curiosidades sobre a produção

Sobre a produção, as filmagens iniciaram em 2021, dois anos antes de sua estreia. Foram realizadas em um estúdio em Budapeste, na Hungria e algumas cenas em locações reais.

A casa do cientista e de Bella foram inspiradas em um museu neoclássico de Londres. Já os cenários em Lisboa, a primeira cidade que a personagem visita depois que sai de casa, foram inspirados em diversas referências arquitetônicas que combinam o passado com o futuro, o medieval com o moderno.

Outra curiosidade interessantes está na construção de Alexandria. Na verdade, o cenário foi criado como uma miniatura e se inspira em um livro sobre esculturas intitulado Cabinet of Curiosities.

Ficha técnica

Filme Pobres Criaturas
Título Original Poor Things
Direção Yorgos Lanthimos
Roteiro Tony McNamara (baseado na obra de Alasdair Gray)
Elenco Principal
  • Emma Stone como Bella Baxter
  • Willem Dafoe como Godwin Baxter
  • Mark Ruffalo como Duncan Wedderburn
  • Christopher Abbott como McCandles
Gênero Drama, Fantasia, Surrealismo
Duração 2h21min
Ano de Lançamento 2023
País de Origem EUA
Classificação indicativa 18 anos

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Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.