7 poemas de amor curtos para dedicar à sua namorada

Equipe Editorial
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Tempo de leitura: 7 min.

Muitos dizem que o amor é a força mais poderosa do mundo. Por isso, costuma ser o grande tema da arte e da literatura. Na lista a seguir, você pode encontrar belos poemas para dedicar a quem mais ama.

1. Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes

Soneto de fidelidade, de Vinícius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Um dos poemas de amor mais conhecidos da língua portuguesa talvez seja Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes (1913 - 1980).

Aqui, o poeta aborda o amor como um sentimento intenso que merece atenção e entrega. Ele promete se dedicar ao ser amado de maneira atenta, com zelo e encantamento, mesmo sabendo que os relacionamentos não são feitos só de contentamento, mas também de pranto.

Além disso, Vinícius acredita na finitude do sentimento, mas ainda assim busca vivê-lo profundamente enquanto durar.

2. Teresa

A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

Manuel Bandeira (1886-1968) é um dos maiores nomes da poesia brasileira. No poema em questão, típico do movimento modernista, vemos o humor como fio condutor.

O poeta apresenta o amor e o encantamento pela pessoa amada como algo construído ao longo do tempo. Assim, exibe como a percepção do ser amado muda a medida que o encontra mais vezes.

3. Contigo (Luiz Cernuda)

Poema de Luiz Cernuda

Minha terra?
Minha terra é você.
Minha gente? Minha gente é você.
O desterro e a morte
para mim estão onde você não está.
E a minha vida?
Diga-me, minha vida,
o que é, se não é você?

Luis Cernuda (Espanha, 1902 - 1963) é um dos poetas românticos mais famosos da Espanha. Nestes versos, ele descreve seu amor como o condutor e o centro de sua existência. É o que lhe dá o impulso para enfrentar todas as adversidades da vida, sua razão para continuar.

4. VII - Alfonsina Storni

Cada vez que te deixo, retenho nos meus olhos o brilho do seu último olhar. E, então, corro para me trancar, apago as luzes, evito todo ruído para que nada me roube um átomo da substância etérea do seu olhar, sua infinita doçura, sua límpida timidez, seu fino êxtase. A noite toda, com a ponta rosada dos dedos, acaricio os olhos que te olharam.

A argentina Alfonsina Storni (1892 - 1938) foi uma das vozes mais importantes da literatura latino-americana no início do século XX. Sua obra explorou o imaginário feminino com uma perspectiva completamente inovadora para aquele período.

Em 1926, publicou Poemas de amor, pequenas reflexões sobre um sentimento que trabalhou bastante em sua obra. Aqui, o objeto de seu desejo se transforma em uma força que impulsiona o eu lírico.

5. Tática e estratégia (Mario Benedetti)

Minha tática é
olhar-te
aprender como tu és
querer-te como tu és

minha tática é
falar-te
e escutar-te
construir com palavras
uma ponte indestrutível

minha tática é
ficar em tua lembrança
não sei como nem sei
com que pretexto
porém ficar em ti

minha tática é
ser franco
e saber que tu és franca
e que não nos vendemos
simulados
para que entre os dois

não haja cortinas
nem abismos

minha estratégia é
em outras palavras
mais profunda e mais
simples
minha estratégia é
que um dia qualquer
não sei como nem sei
com que pretexto
por fim me necessites.

O escritor uruguaio Mario Benedetti (1920 - 2009) é conhecido por uma poesia simples e acessível. Nestes versos, ele confessa que sua tática é buscar conhecer e entender sua amada. Dessa forma, ele enfatiza a comunicação e a franqueza como elementos chave para um relacionamento saudável e duradouro, que lhes permita reconhecerem-se como iguais.

6. Faixa cerimonial - Elicura Chihuailaf

Te presenteio com esse abraço de flores
que desde agora rodeia a tua cintura
Eu o criei com o mais fresco
dos meus pensamentos
Com o imenso amor
que outras talvez quisessem
De mim / de ti depende que ele reluza
Que seu brilho não se extinga
Sua linguagem.

Elicura Chihuailaf (Chile, 1952) é um escritor de origem mapuche que cultivou uma obra bilíngue em que predomina a oralidade e a relação com a natureza.

Nestes versos, ele se dirige à amada para lhe entregar o melhor de si mesmo ("este abraço de flores") para que assim possam viver seu amor plenamente. No entanto, ao final do poema, ele estabelece que é necessária a cooperação, pois depende dela que possam criar juntos uma relação bela.

7. Aqui eu te amo - Pablo Neruda

Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo aonde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda (1904 - 1973) é um dos escritores mais importantes da literatura latino-americana. Seu livro Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada tornou-se um sucesso por ser uma obra que explora temas como o amor, a sensualidade e a nostalgia.

O Poema 18 funciona como uma declaração de amor. Não importa a distância ou as circunstâncias, o eu lírico está disposto a manter a lembrança fresca da mulher que escolheu e a quem espera ansiosamente ver.

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* Revisado e traduzido por Laura Aidar

Equipe Editorial
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A equipe editorial do Cultura Genial é composta por especialistas em literatura, arte e comunicação, que criam e revisam todo o conteúdo.