Prepare-se para ser impactado: essa obra-prima do cinema nacional está na Netflix e você precisa assistir

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Tempo de leitura: 3 min.

Quem é amante do cinema nacional certamente já assistiu essa grande obra que impactou gerações e influenciou outras produções brasileiras. Estamos falando do filme Cidade de Deus, clássico dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund e baseado no livro homônimo de Paulo Lins (1997).

Lançado em 2002, o filme causou impacto também internacionalmente, sendo indicado ao Oscar de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor edição.

Para além dos aspectos técnicos inovadores, Cidade de Deus também revolucionou ao exibir de forma crua e visceral uma realidade difícil e complexa das favelas brasileiras.

Cena do filme Cidade de Deus.

Do que se trata Cidade de Deus?

A trama se passa na comunidade carioca Cidade de Deus e acompanha diversos personagens. Quem narra é Buscapé, que conta a história da favela visto por sua perspectiva.

Crescendo em meio à violência, Buscapé procurou se esquivar do crime e seguir outra trajetória. O mesmo não aconteceu com seus amigos de infância, Dadinho e Bené, que se envolveram com o tráfico e tiveram destinos marcados pela dureza da vida.

Outras figuras importantes também fazem parte da história, como o cobrador Mané Galinha, que mergulha em uma jornada de vingança e Sandro Cenoura, outro traficante da comunidade.

Cena do filme Cidade de Deus.

Por que essa é uma obra imperdível do cinema nacional?

Cidade de Deus é um filme impactante e se tornou relevante para o cinema logo após sua estreia. Isso porque sua originalidade, narrativa poderosa e direção inovadora já foram logo percebidas pelo público e pela crítica.

A história, contada de forma crua e honesta, mostra a realidade chocante do crime, a falta de oportunidades e a desigualdade. Com uma direção muito direta, o uso da câmera na mão, fotografia vibrante e uma montagem dinâmica, o filme envolve os espectadores e os transporta para uma experiência imersiva e visceral.

Outro ponto de destaque são as atuações, muito convincentes, que se tornaram inesquecíveis. Boa parte do elenco na época não era de atores e atrizes profissionais, mas sim de pessoas que, de alguma forma, entendiam aquela realidade e entregaram performances memoráveis e comoventes.

A trilha sonora é também um elemento que contribui grandemente para o sucesso do filme. Combinando diversos estilos de música, como o funk e o samba, ela ajuda a trazer uma atmosfera envolvente e interessante, fazendo com que o público se sinta naquele tempo e lugar.

E por último e mais importante, é o impacto cultural e social que o filme causou. A produção foi responsável por trazer à tona discussões essenciais e um olhar atento à realidade das favelas, violência, tráfico, infância e falta de oportunidades no Brasil.

Cena do filme Cidade de Deus.

Ficha técnica de Cidade de Deus

Título Original Cidade de Deus
Direção Fernando Meirelles, Kátia Lund
Roteiro Bráulio Mantovani (baseado no livro de Paulo Lins)
Elenco Principal Alexandre Rodrigues (Buscapé), Leandro Firmino (Zé Pequeno), Phellipe Haagensen (Bené), Douglas Silva (Dadinho), Matheus Nachtergaele (Sandro Cenoura), Mané Galinha (Seu Jorge)
Classificação indicativa 16 anos
Fotografia César Charlone
Edição Daniel Rezende
Música Antônio Pinto, Ed Côrtes
País de Origem Brasil
Idioma Português
Ano de Lançamento 2002
Duração 130 minutos
Gênero Drama, Crime
Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.