Significado dos personagens de Divertida Mente
No filme Divertida Mente (em inglês Inside Out), lançado em 2015, Riley é uma menina de 11 anos de Minnesota que se vê obrigada a mudar com a família para São Francisco. Acompanhamos a vida afetiva da garota desde o dia em que ela nasceu até a sua pré-adolescência.
Já no Divertida Mente 2, que estreou em 2024, Riley está adolescente e precisa lidar com a chegada de novos sentimentos.
Os sentimentos-base que constituem a identidade de Riley são representados pelos personagens que simbolizam as emoções da menina: a Tristeza, a Alegria, a Raiva, o Medo, o Nojinho, o Tédio, a Inveja, a Ansiedade e a Vergonha.
Na Sala de Comando eles disputam o que se passa no interior de Riley. As principais emoções apresentadas no filme afetam a percepção da garota, a forma como ela enxerga o mundo e como lida com a sua própria vida e com os que estão ao redor.
Tristeza
Depois do nascimento de Riley, e da apresentação do sentimento da Alegria, o segundo afeto experimentado pela bebê é a Tristeza.
Pessimista e desanimada, a Tristeza personifica tudo que gera infelicidade. A Tristeza está associada à angústia e aflição, onde Riley se sente melancólica, inquieta e sem esperança. A personagem ganha mais força depois que a menina é informada que mudará de cidade, deixando os amigos para trás.
Embora ninguém goste de se sentir triste, vemos no filme como a Tristeza é importante para que Riley amadureça.
A sociedade contemporânea costuma mascarar a tristeza, e um dos aspectos mais importantes do filme é justamente a legitimação do sentimento. O filme ressignifica a Tristeza, tirando o afeto do lugar de vilão e colocando-o como um sentimento importante para o crescimento psicológico.
Fisicamente baixa, azul, gordinha e com um ar deprimido, a Tristeza usa óculos e anda sempre com um casaco branco. Ela carrega um ar cabisbaixo e o seu corpo tem o formato de uma gota, lembrando a imagem de uma lágrima. Em inglês a palavra blue - a cor da personagem - é usada como uma expressão comum (“feeling blue”) que significa desanimada, triste ou deprimida.
A personagem Tristeza é dublada na versão original por Phyllis Smith e na versão brasileira por Katiuscia Canoro.
Alegria
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A Alegria é a principal narradora do filme, é ela que nos guia por essa aventura e apresenta as principais emoções de Riley.
A Alegria, que é a administradora da Sala de Comando do cérebro da menina, é a primeira emoção sentida por Riley assim que conhece os pais.
A recém-nascida ouve a voz do pai e admira a expressão da mãe, já nesse momento a Alegria é acionada e a menina sorri. A principal missão da Alegria é deixar Riley contente e realizada.
Antes de saber que mudaria de cidade, Riley era conhecida pelos pais e pelos amigos como sendo uma menina sorridente e feliz da vida, a Alegria reinava no seu universo mental. A emoção, no entanto, perde o protagonismo quando Riley descobre que precisará mudar de cidade.
Fisicamente a Alegria é uma personagem feminina, que usa um vestido estampado e está sempre bem disposta. Ela é repleta de energia, cheia de otimismo, mesmo quando surgem situações inesperadas como a mudança de casa (a Alegria interpreta esses imprevistos como uma chance de Riley crescer).
Com cabelos e olhos azuis, bem magrinha, a Alegria tem a pele amarelado claro e está sempre saltitante. A Alegria tem um formato de uma estrela.
No arquivo das memórias de Riley, as esferas com a cor amarela simbolizam as memórias marcadas pela Alegria. O amarelo, cor da personagem, é frequentemente associado à energia, à jovialidade, ao calor.
A personagem no Brasil foi dublada por Miá Mello e na versão original por Amy Poehler.
Raiva
A última emoção que é apresentada a Riley é a Raiva. Ele representa a sua revolta e traduz a fúria que sentimos quando o que desejamos não acontece conforme planejamos.
A primeira cena em que é apresentada acontece quando a menina diz que não vai, de modo algum, comer brócolis. O pai da garota então retruca que, se ela não comer, ficará sem sobremesa. É nesse momento que surge a Raiva pela primeira vez.
A Raiva ganha mais força quando Riley entra na pré-adolescência. Com o corpo se desenvolvendo rapidamente e sem saber lidar com os afetos, a menina muitas vezes tem a Sala de Comando invadida pela Raiva.
Quando Riley se sente frustrada ou decepcionada, a Raiva toma o controle do seu sistema emocional e espanta todos os outros sentimentos.
O personagem Raiva é vermelho e solta fogo pela cabeça. Com o corpo quadrado e sólido como um tijolo, ele é baixinho e se veste como um executivo (com roupa social).
Quando Riley se enfurece com alguma situação, a Raiva coloca a mão na esfera da memória na Sala de Comando e a bola imediatamente se transforma em vermelha, eternizando o afeto que a menina irá reviver quando se lembrar daquela situação específica.
A cor vermelha carregada pelo personagem está habitualmente associada ao nervosismo e ira.
Leo Jaime foi responsável por dublar a Raiva na versão brasileira enquanto Lewis Black ficou com a versão original.
Medo
O sentimento do Medo é essencial para proteger a criança dos perigos do mundo. Ele surge quando nos vemos ameaçado, seja de modo físico ou imaginário.
O personagem representa o nosso lado prudente, nos ensina a ter cautela e a cuidar de nós com atenção.
O Medo é fundamental para a nossa autopreservação e nos faz escapar de situações perigosas nos transportando para realidades mais seguras.
Por mais que o Medo não seja um sentimento desejado, a verdade é que ele é muito importante para o amadurecimento da protagonista.
O Medo permite que Riley pense bem antes de tomar uma atitude, fazendo com que ela avalie os riscos físicos (como quedas) ou emocionais (como as decepções).
A primeira sensação experienciada por Riley é a Alegria, a segunda é a Tristeza e a terceira é justamente o Medo. O Medo é um personagem masculino, que começa a surgir com mais frequência quando Riley passa a explorar a casa e os perigos vão ficando cada vez mais próximos.
O Medo no filme tem a pele roxa, olhos grandes, usa sempre um suéter xadrez. O formato do seu corpo faz lembrar o contorno de um nervo.
Bill Hader deu voz ao personagem na versão original e Otaviano Costa na versão brasileira.
Nojinho
A quarta personagem apresentada ao público é Nojinho, que surge quando Riley é ainda bem pequena e é convidada pelos pais a provar brócolis. A personagem está associada aos momentos em que a menina sente repulsa, náusea, asco.
Apesar de ter uma participação menor no filme, Nojinho é muito importante porque impede a menina de se intoxicar e se envenenar. Sentir nojo é fundamental para nos protegermos de agentes estranhos.
Ao se ver diante de uma situação que causa repulsa, Nojinho encosta numa das esferas da Sala de Comando de Riley e a bola se transforma em verde. A cor verde é provavelmente resultado de uma associação com os legumes e vegetais, que as crianças não costumam comer e relacionam com o sentimento de repulsa. O próprio formato do corpo de Nojinho faz lembrar uma pequena “árvore” de brócolis.
Fisicamente a personagem é toda verde, com olhos e cílios enormes, tem uma estatura baixa e usa um vestido estampado verde e um batom cor de rosa que combina com o lenço elegante que leva ao pescoço. Seu figurino esnobe dialoga com a postura convencida das crianças que se recusam a provar um alimento novo.
A voz de Nojinho é de Mindy Kaling (versão original) e Dani Calabresa (versão brasileira).
Ansiedade
A ansiedade é um sentimento bastante presente em algumas pessoas e na adolescência costuma ser frequente.
Representada por uma figura acelerada e dinâmica, com olhos arregalados e uma expressão de preocupação constante, a Ansiedade surge em Riley como um sentimento novo. Ela aumenta o medo, imagina problemas e se preocupa demais.
Apesar de ter uma função importante, alertando a menina e a preparando para os desafios, se não for bem gerenciada, a Ansiedade pode se tornar um obstáculo para uma vida saudável, na medida em cria situações catastróficas e pessimistas.
No filme, quem dá voz ao personagem originalmente é Maya Hawke, já no Brasil a dublagem ficou com Tatá Wernek.
Tédio
O Tédio aparece em Riley como um ser abatido, desinteressado e apático.
De cor arroxeada, esse personagem estimula a protagonista a procrastinar tarefas, buscar distrações em entretenimentos superficiais (como rolar o feed de redes sociais nos smartphones) e deixar de ter interesse em coisas que antes lhe instigavam a curiosidade.
Mesmo sendo algo desagradável de sentir, o Tédio tem uma função no filme. Ele identifica as situações que Riley não tem os estímulos suficientes para sentir alegria e traz reflexões sobre a importância dos momentos de ócio criativo e relaxamento na agitação da vida contemporânea.
No filme original, Tédio é vivido por Adèle Exarchopoulos, no Brasil e dubladora é Eli Ferreira.
Vergonha
Já a vergonha é uma emoção representada por uma figura grande, encabulada, toda rosada e sempre coberta com um capuz. No longa, vemos essa personagem tomar conta da situação normalmente quando Riley está em locais com outras pessoas.
A Vergonha traz a sensação de humilhação e o medo do julgamento, pois está sempre preocupada com que os outros estão pensando sobre Riley.
A voz original é de Paul Walter Hauser e a dublagem brasileira é de Fernando Mendonça.
Inveja
Outra personagem que aparece de maneira meio tímida é a Inveja. Mesmo que muitas pessoas neguem que sintam inveja, ela é comum e está presente na maioria dos seres humanos.
Na trama ela aparece como uma garotinha de olhos enormes e penetrantes e uma feição um pouco encabulada. Sua personalidade é crítica. Sempre se comparando com os outros, a Inveja nunca está satisfeita e sente que o mundo é injusto com ela.
A Inveja surge em Divertida Mente como uma oportunidade de explorar temas como autoaceitação, auto-estima e valorização do que se tem.
A voz original é de Ayo Edebiri e no Brasil quem dá vida à Inveja é Gaby Milani.
Se interessa pelo longa-metragem? Então vá para o artigo do filme Divertida Mente.
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