Disco The Dark Side of the Moon, de Pink Floyd
The Dark Side of the Moon é o oitavo disco de estúdio da banda inglesa Pink Floyd, lançado em março de 1973.
O grupo de rock progressivo marcou a época e influenciou várias gerações posteriores com suas sonoridades complexas. Na verdade, este acabou se tornando um dos álbuns mais icônicos da década de 70.
Atualmente encarado como um clássico, The Dark Side of the Moon continua fazendo sucesso entre as mais diversas gerações.
A capa e o título de The Dark Side of the Moon
A capa do disco ficou praticamente tão famosa quanto as próprias músicas, virando uma espécie de "identidade visual" da banda e sendo reproduzida em diferentes produtos e contextos, nas décadas seguintes.
Em um fundo preto, vemos um prisma sendo atravessado por um raio de luz que se transforma em um arco-íris. O fenômeno, conhecido em Óptica como refração, consiste na separação da luz em um espectro de cores.
A imagem foi uma criação de Aubrey Powell and Storm Thorgerson, dois designers que eram conhecidos por produzirem as capas de vários álbuns de rock, naquela época.
Quando o disco foi lançado, surgiram várias questões acerca da simbologia da capa, mas os integrantes da banda nunca chegaram a esclarecer claramente o seu significado.
A teoria mais aceite é a de que se trata de uma metáfora para a própria sonoridade do grupo. Assim como um simples feixe de luz que se transforma em uma sequência de cores, a música de Pink Floyd seria extremamente complexa, apesar da sua aparência simples.
Já o título reproduz um dos versos da música Brain Damage, que integra o lado B do álbum:
I'll see you on the dark side of the moon. (Encontro você no lado escuro da lua.)
Este "lado escuro da lua" parece representar aquilo que não está à vista e que, por isso mesmo, é um mistério para nós.
No contexto da canção, a expressão também parece designar o momento em que um indivíduo se alheia da realidade, o isolamento, a loucura.
Contexto: a saída de Syd Barrett
O grupo Pink Floyd foi fundado em 1965 por Syd Barrett, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright e logo atingiu um grande sucesso internacional.
Além de ser um dos fundadores, Barrett ocupava o papel de líder da banda. No entanto, o consumo excessivo de substâncias como o LSD parece ter acelerado algumas condições médicas do músico, provocando um grande declínio na sua saúde mental.
Aos poucos, o comportamento de Barrett ia se tornado mais errático e o artista parecia estar perdendo a noção da realidade. Por tudo isso, ele não conseguia mais lidar com a fama, nem cumprir com as obrigações profissionais.
Em 1968, Syd acabou se desligando do grupo. O episódio parece ter marcado profundamente os restantes membros da banda e servido de inspiração para as faixas do disco.
As músicas do disco The Dark Side of the Moon
Com letras compostas por Roger Waters, o disco apresenta versos mais intimistas que os anteriores, suscitando reflexões sobre inúmeras dificuldades e pressões da vida comum.
Entre outros temas, o disco fala de questões intemporais que fazem parte da natureza humana, como a saúde mental (ou a falta dela), o envelhecimento, a ganância e a morte.
Lado A
O disco inicia com Speak to Me, um tema instrumental que conta com alguns versos declamados (e não cantados). Neles, temos o desabafo de um sujeito que se sente enlouquecendo. Trata-se de alguém que parece estar no limite e que afirma que a sua saúde mental está se deteriorando há muito tempo.
Já Breathe assume um tom mais positivo, retratando o ser humano como alguém que deve ser livre e procurar o seu próprio caminho, de forma individual e sendo honesto consigo mesmo.
On the Run é um faixa instrumental que consegue traduzir a sensação de urgência, de movimento. Os sons de relógios e passos que integram a música transmitem a ideia de estar de partida, fugindo de alguma coisa.
Logo na sequência, Time questiona a passagem do tempo e as formas como as percepcionamos, sublinhando a importância de conseguir viver no momento presente, já que a vida está passando em alta velocidade
O lado A termina com The Great Gig in the Sky, uma canção que lembra que a morte é algo inevitável e que, por isso mesmo, deve ser encarada com naturalidade e leveza.
Lado B
O segundo lado do disco começa com Money, uma das faixas mais célebres. Trata-se de uma crítica ao capitalismo e à sociedade de consumo que chama a atenção para o modo como as pessoas que vivem obcecadas com ganhar e acumular dinheiro.
Us and Them é uma música que se foca na guerra, retratando-a como algo absurdo e injustificável. A letra se foca na eterna separação entre "nós" e os "outros" que nos leva a encarar nossos semelhantes como inimigos.
O instrumental Any Colour You Like tem uma sonoridade que pode ser percebida ou imaginada como uma sequência de cores, ondas e padrões.
A faixa Brain Damage, diretamente inspirada na crise de Syd Barrett, conta a história de alguém que parece ter perdido a razão e caído no caminho da loucura.
Semelhante a uma despedida, o sujeito comenta a instabilidade do seu companheiro, referindo que o encontrará "no lado escuro da lua".
O verso sugere que este indivíduo acredita que terá um destino semelhante ao do amigo, talvez pela vida que leva.
Finalmente, em Eclipse há um jogo de contrastes entre luz e sombra, vida e morte. O tema sublinha a efemeridade da vida, concluindo que a escuridão acaba por vencer no final.
Criação e recepção do disco
As canções do disco começaram a ser compostas durante uma turnê internacional. Logo depois, o grupo decidiu dar alguns shows para apresentar as músicas que estava criando e perceber a resposta do público.
Assim, mesmo antes da gravação estar concluída, a banda partiu na turnê The Dark Side of the Moon Tour, entre os anos de 1972 e 1973.
Foi também nesse período que gravaram o disco no Abbey Road Studios, eternizado principalmente pelo seu trabalho com os Beatles.
A produção e os efeitos sonoros, bastante inovadores para a época, ficaram a cargo de Alan Parsons. Assim que foi lançado, The Dark Side of the Moon atingiu um enorme sucesso, se tornando um dos álbuns mais vendidos na história do Reino Unido.
Visto como um dos discos mais marcantes do rock internacional, ele também suscitou várias reflexões e teorias. Uma delas, bastante popular, é a sua relação com o filme O Mágico de Oz.